A 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), realizada na Bélgica e encerrada nesta terça-feira (18), foi marcada por um cenário de aproximação entre europeus e latino-americanos. O encontro em Bruxelas reuniu 60 líderes dos dois continentes, incluindo o presidente Lula.
A declaração final da cúpula trouxe, entre seus mais de 40 pontos em diversos temas de interesse comum, um compromisso dos países desenvolvidos em conjunto para mobilizar US$ 100 bilhões por ano para o financiamento climático, bem como para apoiar os países em desenvolvimento e dobrar o financiamento para adaptação até 2025.
“Reconhecemos o impacto que as alterações climáticas estão a ter em todos os países, afetando particularmente os países em desenvolvimento e mais vulneráveis, incluindo os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, no Caribe, as regiões ultra-periféricas da União Europeia, os países e territórios ultramarinos associados à União Europeia e países em desenvolvimento sem litoral”, consta na declaração.
A disponibilização de recursos por parte das nações mais ricas para financiar projetos de mitigação e adaptação em relação às mudanças climáticas é um ponto que tem sido alvo recorrente de cobrança de governos de países pobres e em desenvolvimento.
Em seu discurso na abertura da cúpula, Lula voltou a criticar os países ricos por não cumprirem a promessa, feita em 2009, de destinar os US$ 100 bilhões ao ano para os países em desenvolvimento como forma de compensação pela crise do aquecimento global.
A declaração final da cúpula aborda ainda preocupações com a guerra na Ucrânia, a grave situação humanitária no Haiti, e a questão da Venezuela. O documento também reafirma diversos compromissos nas áreas de comércio justo, saúde, segurança pública, combate à pobreza e às desigualdades. A próxima cúpula Celac-UE deverá ser realizada em 2025, desta vez em algum país latino-americano ou caribenho.