Os medicamentos genéricos estão 64,35% mais baratos que os de referência nas farmácias de São Paulo. É o que aponta um levantamento feito pelo Procon paulista e, embora não tenha sido divulgada nenhuma pesquisa semelhante no Ceará, acredita-se que os números não destoem tanto.
Para o presidente da Rede de Farmácias Santa Branca e diretor do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma), Maurício Filizola, o que desperta o interesse da população pelos genéricos é a comprovação de que são eficazes, além de serem mais baratos.
“Como eles são comprovadamente seguros e mais baratos, acabam atraindo a atenção da população. Por lei, esses medicamentos são obrigados a serem pelo menos 35% mais baratos que os tradicionais”, Filizola destaca.
Criados há 24 anos, os genéricos representam atualmente 14,4% do faturamento total do mercado farmacêutico brasileiro. Eles foram batizados com esse nome porque são vendidos pelo princípio ativo e não pelo nome comercial.
Maurício defende que são muitos os fatores que podem justificar o aumento no consumo dos genéricos, e cita entre eles o envelhecimento da população, um crescimento das doenças crônicas e a busca por tratamentos acessíveis.
“É fundamental também destacar o próprio desenvolvimento do setor, com o uso de novas tecnologias que tornam a medicação cada vez mais eficiente, confiável e barata. Ainda tem o programa do Governo Federal Farmácia Popular, no qual 85% dos medicamentos ofertados são genéricos”, afirma.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), existem 94 laboratórios comercializando o produto no Brasil e, em número de unidades, os medicamentos genéricos relacionados ao sistema cardiovascular foram os mais vendidos entre janeiro e abril deste ano. A entidade destaca ainda que dos 20 medicamentos mais prescritos no Brasil, 15 são genéricos.
Para exemplificar a diferença de valores, na Rede de Farmácias Santa Branca, um dos contraceptivos orais mais tradicionais, o “Yasmim”, é vendido por R$81,85. O genérico sai por R$ 56,81. “Os genéricos estão salvando a vida de muitos pacientes, que não teriam condições financeiras para arcar com os custos”, conclui Maurício Filizola, que também é diretor da Confederação Nacional do Comércio.