A hepatite viral é uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
A escolha do mês de julho para abordar as formas de conscientização e prevenção dos diversos tipos de hepatites virais foi criada em 2010 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em homenagem à data de nascimento do cientista Baruch Blumberg. Ganhador do Prêmio Nobel, foi o pesquisador que descobriu o vírus da hepatite B e desenvolveu um teste de diagnóstico e a vacina que é aplicada até hoje. Fazendo com que o dia 28 de julho seja conhecido como o “Dia Mundial das Hepatites Virais”.
A campanha, chamada de “Julho Amarelo”, trata especificamente das hepatites virais, mas não deixa também de conscientizar a população sobre a prevenção e cuidados por meio de inúmeras ações de vigilância. Segundo a médica hepatologista do HSJ, Elodie Hyppolito, as hepatites virais costumam ser doenças traiçoeiras, uma vez que não apresentam sintomas em sua fase inicial e podem evoluir silenciosamente durante décadas para cirrose ou até mesmo câncer.
Os diversos tipos da doença podem ser transmitidas pelo contágio fecal-oral, especialmente em locais com condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e dos alimentos; pela relação sexual desprotegida; pelo contato com sangue contaminado, através do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos perfuro-cortantes; da mãe para o filho durante a gravidez (transmissão vertical), e por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados.
A médica ainda ressalta que: “É importante a gente entender que aqueles sintomas que a gente aprendeu de hepatite, olhos amarelados, urina escura, febre e mal-estar — vão acontecer em menos de 30% dos casos de hepatites A e B e raramente em casos de hepatite C. A gente não pode esperar os sintomas para fazer o teste”, alertou a Dra. Hyppolito.
Dessa forma, uma pesquisa realizada pelo Governo do Estado do Ceará constatou que de janeiro de 2013 a junho de 2022, foram notificados 4.095 casos de hepatites virais no Ceará. Destes, o tipo que apresenta maior incidência no estado é a hepatite C, com 1.864 casos (45,5%), seguido pela hepatite B, com 1.520 (37,1%), e pela hepatite A, com 711 (17,4%), segundo o Governo do Estado.