O Ceará, em 2021, alcançou o 1º lugar no Nordeste e o 12º melhor no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) no ranking das unidades federativas. Na Educação, uma das três dimensões que compõem o índice (junto com Longevidade e Renda), o Estado registrou o segundo maior valor do País.
As boas notícias estão no Ipece/Informe de julho de 2023, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. O documento fez ainda uma análise histórica do IDH-M, comparando com dados de 11 anos atrás.
Em 2012, o Ceará ocupava a 15ª colocação no ranking entre os estados, passando para a 12ª em 2021. Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina alcançam, respectivamente, as três primeiras colocações em todos os anos analisados, enquanto Piauí, Maranhão e Alagoas estiveram nas últimas posições nos anos de 2012 e 2021.
“Avaliando apenas os estados do Nordeste, o Ceará, tanto em 2012 quanto em 2021, ocupou a 1ª posição, demonstrando que o Estado, em sua região, teve as melhores condições de desenvolvimento humano de sua população, relacionadas, sobretudo, à renda, à educação e à longevidade”, observa Cleyber Medeiros, um dos autores do estudo.
Ele explica que, entre 2012 e 2021, os Estados que apresentaram os maiores crescimentos relativos foram, na sua maioria, os que já tinham baixos índices em anos anteriores, talvez por apresentarem uma menor base de comparação. E cita exemplo: Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo alcançaram os menores crescimentos relativos no período analisado porque já tinham um índice do IDH-M considerado alto.
“Não obstante, a análise do crescimento relativo, torna-se importante para avaliar se os estados que estavam em pior situação em anos anteriores conseguiram evoluir. Nesse sentido, merece destaque Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Pernambuco, que registraram as maiores taxas de crescimento relativo no intervalo 2012/2021”, Cleyber completa.
Importância
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado para retratar o nível de desenvolvimento humano de um país. Como medida composta de indicadores de três dimensões do desenvolvimento humano: Educação, Longevidade e Renda; o índice varia de 0 a 1 e quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
Calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) anualmente para países e apresentado em relatórios, no ano passado, em seu mais recente relatório 2021-2022, depois de 32 anos, o índice caiu globalmente, por dois anos consecutivos sendo com um dos principais fatores a pandemia de covid-19.
O PNUD Brasil vem calculando o IDH-M que segue as mesmas três dimensões do IDH Global, adequando a metodologia ao contexto brasileiro. Para os anos de 1991, 2000 e 2010, o PNUD Brasil lançou os dados para os municípios brasileiros e o Ipece publicou um relatório de análise desses resultados. O mesmo aconteceu recentemente, quando o PNUD publicou a série de 2012 a 2021 do IDH-M para todos estados.
A importância do IDHM está em oferecer um panorama mais abrangente sobre o desenvolvimento humano de uma região, além de permitir comparações entre diferentes localidades. O índice pode ajudar a identificar, por exemplo, desigualdades sociais e educacionais, bem como auxiliar na formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das pessoas.