A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e compreende cerca de 11% do território nacional e 70% da Região Nordeste. É um dos biomas brasileiros que mais apresenta uma grande biodiversidade. Toda essa riqueza está ameaçada pela ação humana. Segundo dados da pesquisa Contas de Ecossistemas, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Caatinga tem pelo menos 481 espécies de plantas e animais com risco de extinção, o que torna o bioma o terceiro mais ameaçado à sobrevivência da fauna e flora no País, perdendo apenas para o Cerrado e para a Mata Atlântica, respectivamente.
O estudo analisou 3.220 espécies da Caatinga e concluiu que 15% corre o risco de desaparecimento. O bioma conta com aproximadamente 5.311 tipos de plantas e animais únicos, como o famoso tatu-bola, a jaguatirica e o carcará. Outra pesquisa realizada pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Estado (Sema), informou que no Ceará, existem 55 espécies ameaçadas de extinção. Esses animais estão incluídos em uma chamada lista vermelha, que conta com cinco categorias: tartarugas marinhas, mamíferos marinhos, aves, anfíbios e répteis e mamíferos terrestres.
Para tentar amenizar os danos ao ecossistema, a Associação Caatinga desenvolve diversas iniciativas para preservar o ecossistema. Entre elas está o projeto “RPPN: Conservação voluntária: gerando serviços ambientais”, que visa ampliar e aprimorar a gestão de áreas protegidas legalmente, com foco nas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). “Se engana profundamente quem acredita que a Caatinga é um bioma pobre, seu ecossistema é valioso e não é encontrado em nenhuma outra região do mundo”, destaca Samuel Portela, coordenador técnico da Associação Caatinga.
Segundo Samuel Portela, entre as principais causas dessa devastação estão o uso de lenha como matriz energética e as queimadas para cultivos agrícolas. “Essas ações vão, aos poucos, diminuindo as florestas, matando as plantas e ameaçando o habitat natural dos animais”, explica o coordenador. O projeto ainda busca realizar a prospecção de áreas para a criação de futuras RPPNs, elaborar e revisar planos de manejo, realizar cursos de capacitação e apoiar a implementação das ações dos planos de manejo de unidades de conservação já existentes.
Floresta branca
O nome Caatinga que originou esta região tão rica, possui origem tupi-guarani e significa “floresta branca”. Essa denominação representa as características da vegetação desse ecossistema, cujas folhas caem no período da “seca”.O ecossistema, é o único bioma 100% brasileiro, com predomínio no Nordeste. Mas que por diversas ações humanas, como o uso de lenha para gerar matriz energética e as queimadas para cultivos agrícolas, seu rico patrimônio biológico está ameaçado.