Fernando Villavicencio, de 59 anos, disputava a cadeira da presidência do Equador nas eleições que acontecem no próximo dia 20 de agosto. No entanto, o político teve sua vida abreviada na tarde desta quarta-feira (9), quando foi morto com três tiros na cabeça ao deixar um compromisso eleitoral na capital Quito.
Nascido em 11 de outubro de 1963, em Alausí, Fernando Alcibiades Villavicencio Valencia era pai de cinco filhos, era jornalista, sindicalista e ativista político. Viveu uma vida pobre em Quito, para onde foi com a família aos 13 anos. Sendo o mais velho de seis irmãos, ele disse em entrevista ao El Universo que trabalhava durante o dia como garçom e estudava à noite.
Ele estudou jornalismo e comunicação na Universidade Cooperativa da Colômbia. Mas logo depois, deu entrada na carreira política, sendo um dos fundadores do Partido Pachakutik, em 1995.
No ano seguinte, ingressou na Petroecuador, a companhia petrolífera estatal do país. Lá, além de atuar com jornalismo, assumiu também posições sindicais. Foi demitido em 1999 por uma ordem do então presidente Jamil Mahuad.
Já em 2017, concorreu e conseguiu se eleger na Assembleia Nacional. Ocupou o cargo até maio deste ano, quando o presidente Guillermo Lasso assinou a “morte cruzada”, que resultou na dissolução do parlamento equatoriano.
Fernando foi o primeiro a anunciar ter a intenção de disputar a presidência do Equador. Em maio, sua chapa com a ambientalista Andrea González foi anunciada pelo partido Movimento Construye. Ele se apresentava aos eleitores como um combatente à corrupção sob o slogan “É hora dos corajosos”.
Dentre as suas propostas, estava a de construir “uma prisão de segurança máxima” para prender os criminosos mais perigosos, a militarização dos portos para controlar o narcotráfico e a criação de uma unidade antimáfia que, “com apoio estrangeiro”, perseguiria “os narcotraficantes, sequestradores e todo tipo de organização criminosa”.
O que se sabe sobre a morte
Um dos suspeitos de assassinar o candidato foi morto durante troca de tiros com a polícia, segundo autoridades equatorianas. Outras seis pessoas suspeitas de participação no crime foram presas em flagrante durante incursões realizadas em Conocoto e San Bartolo, em Quito, com a supervisão legal do Ministério Público do Estado.
Depois do assassinato, membros da facção criminosa Los Lobos assumiram a responsabilidade pelo assassinato de Villavicencio. “Toda vez que políticos corruptos não cumprem suas promessas quando recebem nosso dinheiro, eles serão demitidos”, afirma um integrante não identificado, em áudio divulgado nas redes sociais.
Em nota, o Itamaraty afirmou que “o governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, do assassinato”.
“Ao manifestar a confiança de que os responsáveis por esse deplorável ato serão identificados e levados à justiça, o governo brasileiro transmite suas sentidas condolências à família do candidato presidencial e ao governo e povo equatorianos“, segue a nota.