Já fez um Pix por aí hoje? O Banco Central (BC) divulgou um relatório que traz uma radiografia do serviço de pagamento que, em menos de três anos de funcionamento, transformou a forma como os brasileiros fazem transferências e pagamentos.
O documento traz diversas curiosidades sobre o Pix como, por exemplo, o valor da maior transação realizada: R$1,2 bi, em dezembro de 2022. Naquele mês, foram 2,9 bilhões de transações Pix contra 1,4 bilhão em dezembro de 2021, um aumento de 107% em um ano.
Até o fim do ano passado, 133 milhões de pessoas e 11,9 milhões de empresas usavam o Pix, em cerca de 551 milhões de chaves registradas. Esse número equivale a 77% da população adulta. Em vinte unidades da Federação, o percentual de adultos usuários do Pix é superior a 70%. No Ceará, esse percentual é de 69%.
Considerando desde o lançamento do Pix até dezembro de 2022, 93% das transações feitas por pessoas físicas são de até R$200,00, com um valor médio de transação em R$257,00. Quase 61% delas foram inferiores a R$100,00, o que mostra que o Pix tem sido utilizado principalmente para transferências de valores mais baixos.
Do lançamento até dezembro de 2022, o dia com o maior número de transações do Pix foi 20 de dezembro de 2022, com 103,6 milhões de transações. Também foi o recorde em valor, com R$60,2 bilhões movimentados no dia. No último minuto de cada dia, em média, são liquidadas oito mil transações.
Avanços e futuro
O documento fala ainda da criação, avanços e sobre o futuro da ferramenta. “Inovador em sua essência, o Pix ainda não atingiu todo o seu potencial”, afirma o BC. “Ainda existem alguns desafios para que a sua plena utilização e a sua disponibilização para todas as necessidades de pagamento sejam alcançadas”, complementa.
Segundo o BC, parte dessas barreiras está relacionada aos hábitos de uso dos pagadores, já acostumados a escolher outros instrumentos de pagamento no seu dia a dia, principalmente para contas e compras. Para os recebedores, como empresas e entes governamentais, ainda existe o desafio de gerar, de forma eficiente, cobranças em lote e de adaptar os sistemas internos para a automatização dos processos.
Segundo o Banco, as ações presentes e futuras do BC são e serão guiadas com o objetivo
de permitir que pagadores e recebedores tenham a opção de escolher o Pix para todo e qualquer pagamento a ser realizado, independentemente do valor da transação e do caso de uso
“Entre as possibilidades futuras de evolução do Pix, há diversos produtos e funcionalidades que facilitarão ainda mais o uso do Pix nas situações de pagamentos de contas e de compras, que são tipicamente transações entre pessoas e empresas”, afirma o documento.
Impacto
O Pix iniciou sua operação em novembro de 2020. Desde o seu lançamento, foram incluídas funcionalidades para conveniência do usuário, como cobrança com vencimento, medidas de segurança, Pix Saque e Pix Troco. “O Pix é uma política pública de sucesso que ganhou destaque nacional e internacional e vem transformando a vida de milhões de pessoas e negócios”, afirma o relatório.
Estudo publicado em 2022 pela ACI Worldwide, consultoria internacional que atua no setor de pagamentos, estimou que o Pix gerou, em 2021, uma economia de custos estimada em $5,7 bilhões de dólares para empresas e consumidores, o que ajudou a gerar uma produção econômica adicional de $5,5 bilhões de dólares, representando 0,34% do PIB brasileiro.
As estimativas são que esses números alcancem $37,9 bilhões de dólares e $37,6 bilhões de dólares (2,08% do PIB) até 2026. Leia a íntegra do ‘Relatório de Gestão do Pix – Concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022’ aqui.