Aos 67 anos de idade, Gil Laurindo impressiona a todos na academia que frequenta por sua dedicação e energia na malhação. A pernambucana, de passagem pelo Ceará, pratica atividade física regularmente desde os 24 anos de idade. “Eu sou uma pessoa muito ativa e faço por amor e porque eu gosto”, conta.
E ela faz de tudo: musculação, treino funcional, yoga, pilates, hidroginástica, caminhada… Já praticou até alguns esportes, como vôlei e natação, sendo motivada ainda jovem ao levar a filha nas escolinhas esportivas. Hoje, ela colhe o resultado dessa movimentação na saúde física, mental e até hormonal.
Segundo Luciana Félix, personal trainer com especialização na saúde do idoso, o exercício físico é importante para todas as faixas etárias mas, para aqueles acima de 60 anos, “é essencial para fortalecer o sistema imunológico, prevenir o surgimento de doenças crônicas e manter a mente saudável”.
A profissional complementa que a atividade minimiza os impactos do tempo no processo de envelhecimento, como enfraquecimento dos músculos e perda de massa muscular. “Estudos indicam que o corpo perde em média 3kg de massa magra por década a partir dos 25 anos. Evidências mostram relacionamento com a perda de massa magra à vida sedentária e não por conta da idade”, avalia.
“Atividade física pra mim é saúde pra mente, pro corpo e o nosso coração agradece. Eu saio da academia muito tranquila. Se eu deixo de fazer minhas atividades físicas eu fico com crise de ansiedade. Então faz parte da minha vida. Todos os dias eu faço com recomendação e sou muito bem acompanhada”, Gil explica.
Além dos efeitos do exercício diário na saúde mental, Gil percebe outro benefício: durante a menopausa, sentiu muito menos os sintomas que costumam incomodar as mulheres. “Por ter esse espírito, essa vontade de fazer atividade física, eu não senti nada, nada na menopausa, graças a Deus. Fiz meus exames e deu tudo normal”, relata.
Acompanhamento é essencial
Como atleta da melhor idade, Gil Laurindo é acompanhada de perto pela fisioterapeuta, cardiologista e pelos profissionais de educação física da academia. Hipertensa desde criança, ela também alia o treino com a alimentação saudável, guiada por uma nutricionista. Os resultados na aparência são visíveis — a pernambucana se orgulha em dizer a idade que tem.
Neste ano, Gil tem contado ainda com a companhia do esposo Moisés nas idas à academia. Aos 73 anos, ele começou a levar a sério a prática da atividade física por recomendação médica depois de ter um AVC. A musculação faz parte da sua recuperação, e o compromisso de Moisés com ela e com a caminhada diária tem rendido elogios dos médicos.
A personal Luciana Félix reforça a importância do acompanhamento ao idoso na prática de exercícios físicos. “Lembrando que o mais importante é realizar toda e qualquer atividade com a supervisão de um profissional de educação física, para que este possa orientar de uma forma segura e eficaz”, pontua.
Na hora de escolher qual atividade praticar, Luciana indica que o principal é fazer algo que cause prazer, satisfação em realizar, e assim, após já ter uma certa disciplina acrescentar novas modalidades. Alguns exemplos de atividades adequadas para idosos que ela cita são: caminhada, atividades aquáticas (natação, hidroginástica), alongamentos, pilates, danças, musculação e até o crossfit.
Porém, os aparelhos ou exercícios específicos recomendados para cada atleta da terceira idade vão depender de avaliação, segundo Luciana. “Seria uma imprudência eu citar algum aparelho da musculação ou implemento livre que esse idoso possa fazer ou não de forma segura, pois, preciso conhecê-lo para saber se está apto ou não no momento para realizar com segurança”, enfatiza.
“Antes de se iniciar qualquer trabalho, deve ser realizado uma avaliação física, contemplando análise de padrão de movimentos, onde vamos ver algumas limitações ou não, se o atleta possui alguma patologia que precise de alguma restrição temporária ou permanente, seu histórico de exercícios físicos…”, explica a personal. Luciana reforça que o maior risco é a realização de atividade sem a supervisão de um profissional de educação física, que pode acarretar em quedas ou acidentes.