Tramita na Câmara Municipal de Fortaleza um Projeto de Lei, encaminhado pelo prefeito José Sarto, que quer viabilizar a implantação de ônibus 100% elétricos na frota de transporte público da Capital, hoje integralmente constituída por veículos movidos a diesel.
A mensagem pede autorização de empréstimo no valor de R$ 50 milhões para a aquisição dos veículos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que possui um programa de financiamento exclusivo para iniciativas de energia limpa.
Com esse valor, seriam adquiridos 19 veículos do tipo Padrón 12m, além da infraestrutura de recarga, composta por 10 carregadores distribuídos nos terminais do Antônio Bezerra, Papicu e Messejana. Inicialmente, os veículos seriam direcionados para as linhas de ônibus 026 – Antônio Bezerra/Messejana e 222 – Antônio Bezerra/Papicu/Antônio Sales.
Segundo a mensagem, a iniciativa adequa o sistema de transporte público para uma melhor qualidade do ambiente urbano, “reduzindo suas emissões de gases do efeito-estufa, como CO2, e poluentes associados a problemas respiratórios, como os gases do tipo NOx e materiais particulados em geral”.
A Prefeitura argumenta que a nova tecnologia também reduz custos operacionais, dado que o consumo energético é inferior ao de combustíveis fósseis. “Estimativas mostram que, em um período de 10 anos, o Custo Total de Propriedade de um veículo desse tipo pode chegar a ser 10% menor que o de um veículo tradicional movido a diesel”, aponta.
No texto do Projeto, é destacado que três capitais brasileiras — São Paulo, Brasília e Salvador — já possuem ônibus elétricos em circulação nas suas frotas e outras duas estão atualmente em fase de testes para implementação.
Aplicação do projeto
O objetivo da Prefeitura é atingir uma redução anual de aproximadamente 3.600 toneladas de gás carbônico (CO2) e 15 toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx), com base nas linhas selecionadas. A modernização da frota seria feita seguindo as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU).
A ideia, desenvolvida pela Coordenadoria de Mobilidade Urbana da Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), faz parte do novo Plano de Acessibilidade e Mobilidade Urbana Sustentável da cidade, que pretende estimular o uso de transportes de energia limpa, promovendo a diminuição da emissão de gases poluentes.
Segundo a Prefeitura, a aplicação do investimento reforça o compromisso do município em zerar as emissões de gases do efeito-estufa até 2050, como defende o Race to Zero (Correndo ao Zero), agenda global promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).