A Universidade de Santo Amaro (Unisa) comunicou a expulsão dos alunos que foram captados em vídeo praticando gestos e atos obscenos em um jogo de vôlei feminino. Os estudantes de medicina foram gravados correndo nus pelo ginásio e tocando as suas partes genitais na partida disputada por mulheres na cidade de São Carlos, interior de São Paulo.
A instituição não formalizou o número exato dos expulsos, mas disse em nota que a punição se aplica aos envolvidos “identificados até o momento”. O caso ocorreu em abril deste ano, durante o evento universitário Calomed, destinado a estudantes de medicina.
Em nota, o Centro Universitário de São Camilo, instituição a qual as estudantes fazem parte, informou que suas alunas participaram do evento e disputaram os jogos com a equipe da Unisa. Foi então que os alunos do time rival, tendo saído vitoriosos, “comemoraram correndo desnudos pela quadra”, segundo relatos.
Até então, nenhuma denúncia de importunação sexual havia sido formalizada, e os responsáveis pelos atos ainda faziam parte da instituição. No entanto, nesse fim de semana os vídeos gravados por espectadores da partida repercutiram nas redes sociais, levantando comentários de revolta por parte dos usuários e reacendendo o caso.
Logo após a circulação das imagens, um boletim de ocorrência foi feito na Delegacia de Investigações Gerais de São Carlos. Em nota divulgada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que “nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra”.
Repercussão e revolta
Pouco depois da viralização dos vídeos, várias autoridades se posicionaram contra a postura dos estudantes e cobraram a Unisa por medidas cabíveis para a punição dos responsáveis. Em um post na rede social X (antigo Twitter), o Ministro da Educação, Camilo Santana, comentou o caso: “É inadmissível que futuros médicos ajam com tamanho desrespeito às mulheres e à civilidade.”
Na segunda-feira (18), o Ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre o episódio como “repulsivo, indesejável e absurdo”. Junto a ele, o Ministério das Mulheres lançou uma nota a favor das estudantes vítimas do constrangimento, e ressaltou que a população deve ter um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. “Em parceria com o Ministério da Educação, o Ministério das Mulheres reforça seu compromisso de enfrentar essas práticas que limitam ou impossibilitam a participação das estudantes como cidadãs. Vamos seguir trabalhando para que as universidades sejam espaços seguros, livres de violência”.
A Polícia Civil de São Paulo (PCSP) já está investigando o caso em parceria com os institutos educacionais envolvidos.