Nos últimos dias, um dos assuntos mais comentados, sem dúvida, é a grande onda de calor excessivo que vem afetando vários estados brasileiros, inclusive o Ceará, de forma mais leve. No entanto, com o impacto das altas temperaturas no cotidiano da população, é necessário que exista uma maneira de monitorar as possíveis áreas mais afetadas, para que as medidas preventivas sejam mais eficazes.
Essa é a expectativa por trás do novo serviço desenvolvido pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que permite prever a atuação das ondas de calor no Ceará baseado na Temperatura Máxima do Ar (Tmax). Embora o produto ainda não esteja disponível para o público, ele já se encontra na fase de operações e garantindo resultados para os próximos dias.
À UrbNews, a fundação explicou o funcionamento da nova operação. Para identificar a atuação das ondas, é necessário que a Tmax registrada esteja acima da média climatológica de todas as regiões do estado por um período mínimo de 3 a 5 dias. Depois, é feita a identificação das áreas mais afetadas e finaliza com uma média da temperatura máxima para cada dia de previsão sobre o Ceará.
Essa média é definida como Parâmetro de Intensidade Diário (PID). A previsão da onda de calor é realizada diariamente com o modelo Global Forecast System (GFS), um sistema global de previsão numérica, sendo válida por 6 dias.
A Funceme também divulgou uma lista de municípios que estão previstos para serem afetados pelas ondas de calor nos próximos três dias, com imagens captadas pelo GFS. Nela, estão presentes nomes de cidades como Amontada, Boa Viagem, Crateús, Forquilha, Itapajé, Mombaça, Quixadá e Sobral. O relatório ainda prevê que a média da temperatura para esses locais pode ultrapassar os 35ºC.
O PID prevê a onda de calor baseada na méda da Tmax sobre cada região do Ceará (Gráfico: Funceme)
Sobre os motivos das ondas de calor estarem tão presentes recentemente no Ceará, Meiry Sakamoto, gerente de Meteorologia da Funceme, explica que por volta dessa época do ano os índices de temperaturas tendem a ser mais altos, pois “há menos nuvens, e assim, a incidência da radiação solar incide é mais direta, sendo máxima, em outubro”.
Ela ainda aponta que a causa para esses fenômenos também se encontra nas ações humanas, agravadas com a crise climática que vem sendo pauta de discussões sobre o tema há anos.
Temperatura Máxima
Nesta semana, dois alertas foram emitidos pelo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) que alertavam sobre uma grande bolha de ar quente iria percorrer o Brasil, diminuindo a umidade em vários locais e aumentando o grau dos termômetros de forma assustadora.
Os meteorologistas do instituto afirmaram que o pico das altas temperaturas deve acontecer na sexta-feira (22), prolongando seus efeitos durante o fim de semana. O Ceará se tornou uma das regiões previstas para serem afetadas pela baixa umidade, que pode variar entre 20% e 30% junto de outros estados do Nordeste, como Alagoas, Bahia, Maranhão, Pará e Pernambuco.