Os motociclistas entregadores de aplicativos iniciaram uma paralisação geral de seus serviços nesta sexta-feira (29), com previsão de seguir até domingo (1º). A ação foi planejada após negociações com as empresas de entrega falharem.
Os sindicatos dos motociclistas de São Paulo, Rio de Janeiro e do Distrito Federal já confirmaram a greve, e pretendem prosseguir com a parada caso não haja nenhum acordo sobre suas demandas.
Os motivos para a greve variam entre melhores condições de trabalho e remuneração mais justa. Para os sindicatos, o modelo atual não é favorável aos entregadores, e por isso cobram um novo pagamento de R$ 35 por hora logada nos aplicativos.
Atualmente, os motoristas recebem por cada entrega que fazem, com as plataformas de entrega pretendendo pagar R$ 17 por hora trabalhada, segundo as negociações. No site do Ifood, o valor de remuneração dos entregadores consta como R$ 23.
No início do mês, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) criou uma comissão para debater e mediar as negociações, com a participação de representantes das plataformas de entrega e dos motoristas de aplicativo. No mesmo dia da reunião, membros do SindimotoSP e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) manifestaram em frente à sede do MTE a favor dos trabalhadores.
Além das questões salariais, a comitiva também debateu pautas como a garantia do vale-refeição e vale-seguro para os motoristas, além da indenização pelo uso dos veículos e uma transparência maior em relação aos algoritmos dos aplicativos.
Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se comprometeu a enviar um projeto de lei para regulamentar o trabalho dos motoristas de aplicativo. O texto fecharia com um valor mínimo de R$ 30 por hora trabalhada, junto de um imposto de 27,5% de contribuição previdenciária.
Nessa mesma data, as negociações iniciais se encerraram, o que teria resultado no início da greve. O principal ponto de impasse entre as duas partes ainda se refere à remuneração mínima por hora.