A Academia Real de Ciências da Suécia revelou nos últimos dias, de 2 a 9 de outubro, os vencedores do Prêmio Nobel 2023 nas seis áreas em que a honraria de alto prestígio é concedida: Medicina, Física, Química, Literatura, Paz e Economia.
Todas as categorias são anunciadas em Estocolmo, exceto o Nobel da Paz, que é sempre atribuído pelo Comitê Norueguês em Oslo. As cerimônias de entrega serão realizadas em 10 de dezembro, data do aniversário de morte de Alfred Nobel.
A safra deste ano agraciou uma economista americana, uma ativista iraniana e um dramaturgo norueguês, além de descobridores de vacina contra a Covid-19, de instantâneos atômicos e de pontos quânticos.
Os vencedores desta edição do Nobel vão receber, cada, 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a pouco menos de 1 milhão de dólares. Conheça todos os vencedores:
Nobel de Economia
Nesta segunda-feira (9), o Prêmio Nobel de Economia de 2023 foi entregue à historiadora econômica norte-americana Claudia Goldin. Ela foi reconhecida por seu trabalho sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres.
Goldin é a terceira mulher na história a ganhar o Nobel de Economia. Segundo a Academia, Claudia “forneceu o primeiro relato abrangente dos ganhos e da participação das mulheres no mercado de trabalho ao longo dos séculos”.
Nobel da Paz
Talvez o prêmio mais proeminente, o Nobel da Paz foi entregue, na sexta-feira (6), para a ativista iraniana Narges Mohammadi. Ela é uma das mais destacadas vozes pelos direitos humanos do Irã, e atua principalmente na defesa dos direitos das mulheres.
Com 51 anos, Mohammadi está atualmente sob custódia na prisão de Evin, em Teerã, onde cumpre várias penas que totalizam 12 anos. Ela é acusada de difusão de propaganda contra o Estado, entre outros crimes. Ao todo, o regime do Irã já prendeu Narges 13 vezes.
O comitê norueugês, que anunciou o nome da vencedora usando o slogan “Mulher, Vida, Liberdade”, destacou que a luta de Narges Mohammadi pela liberdade de expressão em seu país lhe trouxe “enormes custos pessoais”. Ela é casada com um jornalista iraniano, também ex-prisioneiro do regime, que vive exilado na França com os dois filhos do casal.
Nobel de Literatura
Na quinta-feira (5), foi anunciado que o autor e dramaturgo norueguês Jon Fosse é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2023. Ele é autor de obras como “A Noite Canta os seus Cantos”, “Inverno”, “Lilás”, “Eu Sou o Vento” e “Sono”.
Para o júri responsável, as peças de teatro e prosa de Fosse “dão voz ao indizível”. A Academia pontua ainda que ele é, atualmente, um dos dramaturgos mais representados no mundo.
Aos 64 anos de idade, Fosse entra para uma lista de peso de outros laureados do Nobel de Literatura, com nomes como José Saramago, Toni Morisson, Mario Vargas Llosa, Bob Dylan e Gabriel García Márquez.
Nobel de Química
Na quarta-feira (4), foi anunciado que o Nobel de Química irá para os pesquisadores Moungi Bawendi (Tunísia/França), Louis Brus (EUA) e Alexei Ekimov (Rússia), responsáveis por descobertas fundamentais sobre pontos quânticos, partículas de grande importância na nanotecnologia.
Os cientistas conseguiram produzir partículas tão minúsculas que suas propriedades são determinadas por fenômenos quânticos. Segundo a Academia, os pontos quânticos podem iluminar monitores de computador, telas de televisão e lâmpadas LED, e, na medicina, podem ser usados para mapear tecidos biológicos.
Nobel de Física
O Prêmio Nobel de Física teve seus três vencedores anunciados na terça-feira (3): Pierre Agostini (EUA), Ferenc Krausz (Hungria) e Anne L’Huillier (França). Os cientistas descobriram pulsos de luz que podem medir processos rápidos de movimento de elétrons ou mudança de energia.
“Agora podemos abrir a porta para o mundo dos elétrons. A física do atossegundo nos dá a oportunidade de compreender os mecanismos governados por elétrons. O próximo passo será utilizá-los”, afirmou a presidente do Comitê do Nobel de Física, Eva Olsson.
Dentre as aplicações potenciais para essa descoberta, a Academia cita a eletrônica, para compreender e controlar como elétrons se comportam em determinado material; e em diagnósticos médicos, onde os pulsos de atossegundo podem ser usados para identificar diferentes moléculas.
Nobel de Medicina
Primeiros vencedores a serem anunciados, na segunda-feira (2), os pesquisadores Katalin Karikó (Hungria) e Drew Weissman (EUA) serão agraciados com o Prêmio Nobel de Medicina 2023 pelas descobertas que tiveram relativas à vacina da Covid-19.
Os cientistas descobriram modificações de bases nucleósidas que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes de mRNA contra a doença, que se espalhou rapidamente e causou milhões de mortes por todo o mundo.
Segundo a Academia Sueca, por meio do trabalho da dupla, foi possível tornar “a vacina de mRNA adequada para uso clínico no momento em que era mais necessária, tornando-a uma contribuição extraordinária para a medicina e abrindo caminhos para futuras aplicações de mRNA”.