Uma das fórmulas mais memoráveis de contar histórias de terror se baseia em transformar algum elemento inocente e infantil em algo aterrorizante e de dar pesadelos. Essa é a proposta por trás de “Five Nights At Freddy’s”, filme que chega aos cinemas nesta quinta-feira (26) e que é baseado na famosa franquia de jogos com o mesmo nome.
Criado por Scott Cawthon, Five Nights At Freddys (FNAF) vem atraindo a curiosidade de muitos amantes de games de terror desde o seu lançamento, em 2014. Hoje em dia, a franquia já vendeu mais de 33,5 milhões de cópias e conta com mais de 10 títulos só nos jogos, tendo também diversas outras peças de mídia, como livros, quadrinhos, sites e, agora, um filme.
A proposta de muitos dos jogos, assim como a do filme, é colocar o jogador — ou espectador — na pele de um guarda noturno, cujo objetivo é cuidar de uma pizzaria abandonada, enquanto tenta sobreviver aos ataques de robôs animatrônicos que tentam entrar no seu escritório durante a madrugada.
Parece algo simples de se jogar no início, mas os mistérios por trás dos acontecimentos macabros envolvendo essa pizzaria, os animatrônicos, e os estranhos incidentes que o guarda noturno presencia ao longo de 5 noites são alguns dos elementos que faz essa franquia uma das mais populares da atualidade, mesmo 9 anos depois do seu primeiro lançamento.
Por isso, com tantos materiais lançados e desdobramentos na franquia, a UrbNews veio dar um resumo dos seus principais jogos para você não se perder enquanto assiste ao filme, e também entender as razões que tornaram FNAF um dos clássicos modernos no gênero de terror nos jogos.
A história de Five Nights At Freddy’s
O filme contará com elementos tanto do primeiro jogo, Five Nights at Freddy’s (2014), quanto da sua sequência, Five Nights at Freddy’s 2 (2015), em que controlamos um personagem que aceitou o emprego de guarda noturno na “Freddy Fazbear Pizzaria”, uma franquia de restaurantes que conta como atração principal os seus mascotes animatrônicos.
O trabalho parece simples, e consiste em verificar as câmeras de segurança e ficar atento às movimentações desses robôs, que parecem ficar um pouco estranhos durante a noite. O seu único guia para entender o que está acontecendo se mostra na forma de um “cara do telefone”, um antigo funcionário que liga para o jogador no início de cada noite, dando dicas de como lidar com os terrores daquele restaurante.
Pouco a pouco, o cenário da pizzaria vai dando indícios do que pode ter acontecido anteriormente no local. Matérias de jornais coladas nas paredes mostram um incidente de cinco crianças desaparecidas no estabelecimento, mas que nunca foram encontradas pela polícia.
Elas também trazem boletins sanitários que condenam a péssima condição dos animatrônicos, após denúncias dos clientes que sentiram fortes odores de putrefação vindo dos bonecos. À medida que as horas passam no relógio, o jogador vai conhecendo as criaturas robóticas que serão a sua única companhia durante as 5 noites do jogo.
Dos quatro animatrônicos, Freddy Fazbear é o único que não possui o nome derivado da sua nomenclatura original em inglês, mas sim do apelido “Teddy Bear” (Foto: Divulgação/Universal Pictures)
O líder do grupo é o urso cantor Freddy, que dá nome à franquia de restaurantes. O guitarrista é o coelho Bonnie com a adorável galinha Chica sendo a companhia final no palco principal. A raposa pirata Foxy trás consigo seu canto dos setes mares, mas está recolhida devido a um mau funcionamento.
Todos os quatro, por mais que pareçam inocentes, não medem esforços quando saem de suas posições para estranhamente andarem soltos à noite pela pizzaria, esperando um mero deslize do guarda noturno para adentrarem no escritório e o levarem para o seu destino fatal.
Mistérios, teorias e o sucesso da franquia
Ao longo dos vários jogos, essa premissa é expandida para diversos outros personagens e robôs assassinos, até um mistério familiar e macabro entra na mistura. Tudo isso, junto de elementos clássicos de histórias de terror, como os sustos rápidos, ou jumpscares, e a ambientação e trilha sonora sombrias, fazem parte do que torna a experiência de jogar FNAF tão assustadora no mundo dos games.
Outros jogos também seguiram a chamada “onda FNAF”, em que transformam algum elemento infantil em algo aterrorizante, e assim criam a sua própria mitologia de terror. São esses os casos de “Bend and the Ink Machine”, “Ploppy Playtime” e “Happy’s Humble Burger Farm”.
A franquia também se tornou uma das queridinhas pelos criadores de conteúdo, que enxergaram nela a oportunidade de entreter seus espectadores enquanto tomam sustos e tentam entender a delicada narrativa dos games. Isso alavancou sua popularidade de forma tão expressiva, que rapidamente atraiu a atenção de grandes estúdios de cinema.
Dos jogos para o filme
Com o sucesso dos jogos, logo em 2015, um ano depois de seu lançamento, já havia planos para se fazer um longa-metragem baseado na franquia. Os direitos de adaptação foram primeiro comprados pela Warner Bros, mas depois de anos sem qualquer desenvolvimento, eles foram passados para a Blumhouse Studios, em parceria com a Universal Pictures.
Em 2022, após várias mudanças no roteiro e direção, foi anunciado que este cargo ficou por conta da diretora Emma Tammi, com o próprio criador Scott Cawthon assinando o texto final. Também foi divulgado que a Jim Henson’s Creature Shop, empresa responsável pela confecção de fantoches e animatrônicos para filmes, seria a responsável por dar vida à Freddy, Chica, Foxy e Bonnie.
Tanto os bonecos que animam a pizzaria, quanto o guarda noturno e o CEO da franquia de restaurantes estarão presentes neste primeiro filme, que foca sua narrativa no jogo original, embora beba de outros elementos da franquia para agradar os fãs. Os atores Josh Hutcherson e Matthew Lillard interpretam os respectivos papéis, e ambos demonstraram grande empolgação e gratidão por estarem envolvidos com o projeto.
A diretora também comenta o quanto foi importante ter o apoio de Cawthon na produção, que sempre cuidou com carinho da sua franquia. “Fiquei muito, muito feliz por receber o feedback, é uma grande vantagem tê-lo ao nosso lado, porque não acho que poderíamos ter feito uma adaptação precisa deste jogo sem ele”, comenta a cineasta.
O filme já está na beirada de se tornar um grande sucesso do gênero, antes mesmo de estrear. Com um orçamento estimado de $20 milhões, o CEO da Blumhouse, Jasom Blum, confirmou que os custos de produção já foram todos pagos com as vendas dos direitos do filme para serviços de streaming, e o número de pré-vendas, que bateu o recorde histórico para um filme de terror de “IT – Capítulo 2”.