A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) encerrou suas atividades nesta quarta-feira (13) com a aprovação de um acordo histórico para a cúpula. Pela primeira vez um texto sobre a promoção de mais energias renováveis e uma redução extensiva dos combustíveis fósseis foi ovacionado pelas nações presentes.
A ação é fruto de um trabalho extensivo que iniciou no fim de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O acordo foi levado às últimas instâncias depois do prazo previsto para o encerramento da cúpula, e sua aprovação representa um marco para as discussões sobre mudanças climáticas e o papel dos países no seu combate.
O texto final faz um apelo aos países para abandonarem completamente os sistemas energéticos baseados em combustíveis fósseis, e que com isso reduzam as emissões de carbono e outros componentes nocivos para o meio ambiente.
Os termos do documento também citam que as nações podem realizar essas ações voluntariamente, no esforço geral chamado de “transição global”, para assim não terem a obrigação de seguirem à risca o que foi acordado na cúpula.
Para o sultão Al Jaber, que presidia a coalizão e também é CEO da Abu Dhabi National Oil Co (Adnoc), uma das maiores companhias de petróleo do mundo, a aprovação do acordo é um sucesso histórico para o mundo, e também para os Emirados Árabes Unidos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, também celebrou o acordo em post feito na rede social X, antigo Twitter. “Pela primeira vez, há um reconhecimento da necessidade de abandonar os combustíveis fósseis – depois de muitos anos em que a discussão desta questão esteve bloqueada”, escreveu.
Outra novidade anunciada na cúpula foi a criação do Fundo de Perdas e Danos, com aportes financeiros de doação já confirmados pela União Europeia, Emirados Árabes e Estados Unidos. A iniciativa foi criada para apoiar países em desenvolvimento que já sofrem com catástrofes por causa da mudança climática.
Participação do Brasil
Os senadores que participaram da comitiva brasileira presente em Dubai destacaram que a COP28 foi um sucesso histórico, e que o Brasil levou boas notícias e exemplos para o mundo sobre os sistemas renováveis e energia limpa.
A presidente da comissão de Meio Ambiente no Senado (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), avaliou como positiva a participação de várias figuras de diferentes setores na discussão sobre mudanças climáticas. “Acredito que o Brasil veio com respeito, e a impressão que me deu também foi a esperança de que se cumpra nossos acordos como já estamos fazendo. Pelo que tenho acompanhado, o Brasil saiu forte e preparado para a COP 30. Nós temos que avançar ainda em temas como regularização fundiária, licenciamento ambiental, que são pautas prioritárias para o próximo ano”, afirmou.
Sobre o acordo aprovado pela comissão, o Brasil pede que as nações líderes forneçam todos os insumos necessários para uma rápida e segura transição energética para todos os países participantes. A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforça o posicionamento da comitiva brasileira, mas tece críticas à ONU quanto à demora para a formulação de um acordo que abarque a situação dos combustíveis fósseis.
“Não há mais que falar em soluções isoladas, temos que aceitar a unidade na urgência. Só decisões comuns e firmes nos levarão à desejável e inevitável mudança de rota. Assim é imperativo eliminar o mais rápido possível a dependência de nossas economias dos combustíveis fósseis. Os países desenvolvidos devem liderar esse processo”, reitera.
Com informações da Agência Senado