A demolição do Edifício São Pedro, localizado na Praia de Iracema, pela Prefeitura de Fortaleza foi apoiada por associações e entidades de classe, que se demonstraram favoráveis à ação. Ao anunciar a medida, o prefeito José Sarto (PDT) destacou a situação precária da edificação, que preocupava pelo “grande risco de desmoronamento”, os laudos técnicos indicam não ser mais possível a recuperação da estrutura.
Em nota, a Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará reconheceu o valor histórico do imóvel, mas priorizou a “segurança da população”. Na mesma linha argumentou a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Ceará, que reconhece a importância da valorização do patrimônio histórico e cultural da cidade, mas entende que no caso do Edifício São Pedro a situação é irreversível.
Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará parabenizou a ação da Prefeitura, classificando-a como “firme e necessária”. “A medida é, sem dúvida, um passo fundamental para garantir a segurança dos cidadãos e turistas que frequentam a região. O risco iminente de desabamento e o uso indevido do prédio para a prática de crimes demandavam ações urgentes, e a administração municipal agiu com responsabilidade”, acrescentou.
Os serviços de demolição são realizados pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), que já executa obras de requalificação viária e urbanização no entorno da estrutura e devem custar R$ 1,7 milhão à Prefeitura. O montante será ressarcido com os proprietários do prédio, segundo o titular da Seinf, Samuel Dias. Os trabalhos devem durar cerca de 90 dias.
Segundo o secretário da pasta, pela ausência de manutenções necessárias ao longo dos anos pelos responsáveis legais, a administração pública municipal resolveu tomar a iniciativa de demolição, visando proteger as pessoas que vivem no entorno do Edifício São Pedro.
“É importante lembrar que esse imóvel é particular, ele tem dono. Os donos dessa edificação é que são os responsáveis legais pela manutenção do prédio, não o poder público, e o restauro que não foi feito ao longo dos anos resultou nessa situação de risco de colapso iminente”, afirmou.
Os trabalhos não irão afetar o tráfego de pedestres e veículos nas vias próximas ao prédio. Ainda conforme o secretário, os custos do processo de demolição serão repassados para os proprietários do terreno e do imóvel.
Dias ressaltou que entendem a importância do prédio para a cidade, “mas agora é muito mais importante a segurança e evitar a morte de pessoas”. Além do risco de desabar, “há o risco de desplacamento parcial do concreto do prédio, como já aconteceu algumas vezes. Além disso, já aconteceram acidentes fatais aqui no edifício e temos várias denúncias do uso da estrutura por usuários de droga. Então, para resolver a situação, a demolição era a solução possível”, disse.