Transição verde, ambiente digital e inteligência artificial são alguns dos temas que devem constar na agenda de discussões do presidente francês Emmanuel Macron em sua primeira visita oficial ao Brasil, no fim de março.
Na seara ambiental, a vinda de Macron vai lançar luz sobre o debate climático, energético e de proteção à biodiversidade e pode ajudar a impulsionar parcerias de financiamento para viabilizar a transição verde. A chegada do líder francês está prevista por Belém, sede da COP30 em 2025, onde Macron deve ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um tema de interesse compartilhado é o plano brasileiro de tornar o Nordeste um potencial hub de produção de hidrogênio verde (H2V), combustível obtido por meio de fontes de energia renováveis.
O Ceará, por sua vez, é o estado brasileiro que tem maior número de projetos de investimentos previstos nesse setor. A demanda global pelo hidrogênio verde pode ser uma oportunidade para a inserção do Brasil em uma economia global baseada na transição para o baixo carbono.
Ceará em destaque
O hidrogênio verde emergiu como uma alternativa promissora na busca por fontes de energia limpa e sustentável. No Brasil, e particularmente no estado do Ceará, esse recurso está ganhando destaque como uma peça-chave na transição para um futuro energético mais verde e renovável.
Mais recentemente, o grupo australiano Fortescue, comandado pelo magnata da mineração Andrew Forrest, anunciou um investimento de US$ 5 bilhões em um projeto voltado para a produção no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Atualmente, só no Ceará, já são mais de 30 acordos com instituições parcerias, empresas nacionais e estrangeiras, com uma sinalização de investimentos acima de US$ 30 bilhões de dólares (R$ 145,7 bilhões de reais). Desses, há quatro pré-contratos já firmados, nos quais a previsão de investimento é de US$ 8 bilhões (R$ 38,8 bilhões).
O Ceará apresenta ainda um cenário particularmente favorável para a produção de hidrogênio verde, que o coloca na vanguarda da transição energética. Com sua abundância de recursos naturais, incluindo sol e vento, o estado possui um enorme potencial para se tornar um centro de produção e exportação do recurso natural, além de contar com a estrutura do Complexo do Pecém. Desse modo, estudos apontam que o estado parte na frente da concorrência pelo melhor preço para a produção de H2V.
Vale destacar, contudo, que o hidrogênio de baixo carbono ainda está em fase de regulamentação no país, com projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e uma minuta de regulamentação em elaboração no Ministério de Minas e Energia (MME).
Memorandos de Entendimentos já assinados pelo Governo do Ceará:
1. Enegix Energy
2. White Martins/Linde
3. Qair
4. Fortescue (Pré-contrato)
5. Eneva
6. Diferencial
7. Hytron
8. H2helium
9. Neoenergia
10. Engie
11. Transhydrogen Alliance
12. Total Eren
13. AES Brasil (Pré-contrato)
14. Cactus Energia Verde (Pré-contrato)
15. Casa dos Ventos (Pré-contrato)
16. H2 Green Power
17. Comerc Eficiência
18. Enel Green Power
19. HDF
20. Mitsui
21. ABB
22. Gold Wind
23. Alupar
24. Mingyang Smart Energy
25. Spic
26. Gansu Science & Technology Investment
27. PowerChina
28. Platform Zero (Complexo do Pecém + 13 instituições de cinco países)
29. Green Hydrogen Corridor (Complexo do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Comerc Eficiência, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP)
30. Voltalia
31. Lightsource bp
32. EDF Renewables
33. GoVerde
34. Hitachi
35. Jepri