Três dias após sair da cadeia, após duas semanas presa, Erika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, falou pela primeira vez sobre o ocorrido com o seu Tio Paulo. Na ocasião, um vídeo mostrava a mulher em uma agência bancária acompanhada do parente, morto, enquanto pedia que ele assinasse um empréstimo de R$ 17 mil.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Erika comentou sobre o que sentiu com a repercussão do vídeo e os momentos que passou na prisão. “Foram dias horríveis longe da minha família. Vivi momentos da minha vida que não suportava mais. Muito difícil. Foi horrível eu não percebi que meu tio estava morto. Eu não sou essa pessoa que estão falando, não sou esse monstro”, contou.
Perguntada sobre o dia em que ela e o tio foram no banco, Erika afirmou que Paulo estava bem e que o próprio pediu para ir ao banco. Sobre o que aconteceu enquanto os dois estavam no banco, Erika diz não se lembrar de muita coisa devido ao uso de remédios controlados que toma com regularidade.
“Como eu faço tratamento, eu tomava zolpidem, às vezes tomava mais do que um. [O esquecimento] não sei se foi efeito do remédio que eu tinha tomado naquele dia”, afirmou.
Nesta semana, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Erika e afirmou que ela agiu de forma consciente, voluntária e demonstrou total desprezo e desrespeito por Paulo Roberto. A juíza Luciana Mocco aceitou a denúncia do MP e Erika virou ré por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver, ou seja, o ato de menosprezar a pessoa morta.
A magistrada revogou a prisão preventiva, alegando que Erika é ré primária, tem residência fixa e que não representa risco para a ordem pública em liberdade. A juíza relatou também que a mulher é portadora de saúde mental debilitada e precisa cuidar da filha menor de idade que tem necessidades especiais.