A Polícia Federal (PF) irá investigar a divulgação de fake news sobre as ações governamentais e federais em auxílio à emergência climática no Rio Grande do Sul. O ofício foi assinado pelo ministro-chefe da Secretaria das Comunicações (Secom), Paulo Pimenta, que citou no documento pessoas envolvidas na disseminação de notícias falsas, como o influenciador Pablo Marçal e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo Pimenta, a maioria das informações falsas visa desvirtuar a veracidade das ações de resgate e do auxílio humanitário destinado aos moradores do estado gaúcho. O ministro também classifica essas ações como “perigosas”.
“A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises”, cita o ofício.
De acordo com o Ministério da Justiça, a investigação irá apurar ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação e individualização de condutas. A Advocacia-Geral da União (AGU) também irá participar do processo junto dos órgãos competentes para realizar ações judiciais.
Entre os possíveis investigados apontados pelo relatório da Secom, está o influenciador Pablo Marçal, que no último domingo (5) publicou no X (antigo Twitter) que a Secretaria da Fazenda do RS estaria barrando caminhões de transportarem doações para as populações afetadas. A informação foi posteriormente desmentida pelo órgão e por veículos locais.
Essa mesma notícia falsa foi compartilhada pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), em plataformas como Instagram e X. Outras postagens envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o jornalista Thiago Asmar, o influenciador Leandro Ruschel, a influenciadora Fernanda Salles, além de contas como Pavão Misterious e Tumulto BR, são descritas no ofício enviado por Paulo Pimenta.
Nesta terça-feira (7), data do repasse do ofício até o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Paulo Pimenta demonstrou indignação com o impacto das notícias falsas no trabalho de resgate realizado no Rio Grande Sul.
“Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir, pessoas colocando a vida em risco para salvar outras. Enquanto isso, tem uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas”, afirmou.