Uma das maiores movimentações identitárias do Brasil, a parada LGBT+ em São Paulo será realizada este ano na Avenida Paulista, no dia 2 de junho, às 10h. O evento é considerado o maior do mundo, que também acontece em cidades como Nova York, nos Estados Unidos, e este ano busca resgatar as cores da bandeira nacional entre o público brasileiro, conforme reforça membros da organização.
De acordo com Nelson Matias Pereira, presidente da parada, há 28 anos o movimento se mantém forte na luta contra a homofobia e pela igualdade de direitos às pessoas LGBTQIAPN+. Em 2024, ano de eleições municipais, um dos principais focos de discussão do evento será a pauta política e a conscientização da população, sob o lema de ‘Basta de Negligência e Retrocesso no Legislativo’.
“Neste ano não vamos falar só sobre eleição: vamos denunciar o retrocesso e a omissão do Congresso e das Casas Legislativas em relação às nossas pautas. Em todos esses últimos anos, não se aprovou nenhuma lei que nos favoreça. Vamos cobrar o Legislativo e também vamos dizer: vamos votar consciente. Precisamos ter um voto crítico, elegendo pessoas LGBT+”, enfatizou Pereira.
O presidente da parada também reforça a importância que reuniões de grande impacto como essa, que reúnem milhões de pessoas, sejam utilizadas como uma maneira de as pessoas cobrarem os políticos por leis mais igualitárias. Pereira também denuncia as proibições impostas no evento, como a não presença de crianças.
“Isso é um retrocesso gigantesco. Além de não avançar em nossas pautas, eles ainda tiram ou diminuem direitos que temos garantidos por nossa Constituição. É preciso lembrar que antes do rótulo e das caixinhas e do G [gay] que me cabe, eu sou cidadão brasileiro e como tal preciso ser tratado. Há uma constituição que rege as regras desse país e que diz que sou um cidadão brasileiro e que tenho que ser tratado como tal”, afirma.
Para auxiliar no debate de políticas públicas, junto à Parada acontecerá a tradicional reunião de Mães pela Diversidade, que este ano terá suas vestimentas voltadas ao verde amarelo em vez do tradicional arco-íris do orgulho.
“O Mães pela Diversidade está em todas as paradas, desde o início. A importância é contar para as pessoas que nossos filhos têm família e que eles não estão sozinhos. Queremos dizer a outras mães que isso que elas estão vivendo na casa delas também aconteceu na nossa. É fundamental que a gente possa se espelhar, enxergar futuro, ter esperança e acolhimento”, disse Regiani Abreu, integrante da organização.
Além do Mães, outras atrações também se farão presentes no evento. Uma das principais novidades é a Corrida do Orgulho LGBT+, marcada para o Parque Villa-Lobos, a partir das 06h30. Além disso, também irá ocorrer o lançamento de um edital de apoio às pequenas paradas que ocorrem em outras cidades brasileiras, marcado para ocorrer no segundo semestre.
Com informações da Agência Brasil