O número de pessoas que vivem na extrema pobreza diminuiu no Ceará no período pós- pandemia. De acordo com estudo publicado pela Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), entre 2021 e 2023, cerca de 600 mil cearenses deixaram de ser extremamente pobres, o que representa uma redução de 40,6%.
Apesar dos bons resultados, o estudo também demonstra que houve um crescimento de 14,6% no número de pessoas extremamente pobres na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), durante o período observado. De acordo com a definição do Banco Mundial, extremamente pobres são pessoas que possuem renda diária de US$ 1,9 por dia.
Somente em 2023, o número de extremamente pobres na RMF cresceu 23,4%, significando um aumento de quase 60 mil pessoas. Além disso, o estudo também analisou o período entre 2012 e 2023, com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), e identificou que a extrema pobreza na região aumentou 35,9%.
A amostra da PNAD revela que, em relação a todo o Ceará, a Capital registrou o crescimento de 10,9% no número de pessoas extremamente pobres entre 2012 e 2023. No primeiro ano da década passada, Fortaleza concentrava 8,7% dos extremamente pobres. Já em 2023, os dados subiram para 19,6%.
Segundo o analista de Políticas Públicas e autor do estudo, Jimmy Oliveira, as áreas rurais do Estado tiveram uma tendência maior de redução da extrema pobreza, em relação aos centros urbanos. “A extrema pobreza caiu de forma mais intensa na zona rural, principalmente, no período pós-pandemia, marcado pelo aumento no valor das transferências dos programas sociais” , aponta.
O interior do Estado observou uma redução de 53,3% no número de pessoas extremamente pobres, entre 2021 e 2023, com quedas de 55,1% no interior rural e 50,9% no interior urbano.
O pesquisador também reforça que o número de pessoas em extrema pobreza em Fortaleza atingiu seu valor máximo em 2023, com um total de aproximadamente 172 mil fortalezenses nessa situação.
Já em relação à participação dos municípios do entorno metropolitano na margem da extrema pobreza também aumentou de 6,1% para 16,3% no mesmo período. No sentido oposto, as taxas de participação dos estratos geográficos que formam o interior do estado diminuíram, com exceção da região do Litoral Oriental\Vale do Jaguaribe.