Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, foi assassinado no Irã na madrugada desta quarta-feira (31). O chefe do grupo revolucionário teria sido atingido por um ataque aéreo em sua moradia no país, junto de um guarda-costas. As informações foram confirmadas à imprensa pelo Hamas e pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.
Haniyeh estava em Teerã, capital do país árabe, para participar da cerimônia de posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian. Até o momento, nenhum país assumiu a autoria do ataque. Porém, o atual líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu uma “punição severa” contra Israel.
Após o ataque, o presidente Pezeshkian afirmou à imprensa local que “defenderá a sua integridade territorial, dignidade, honra e orgulho, e fará com que os ocupantes terroristas se arrependam do seu ato covarde”.
De acordo com a agência de notícias estatal WAFA, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou veementemente o assassinato do líder do Hamas. Grupos de manifestantes do país convocaram uma greve geral e paralisações em massa após o assassinato de Haniyeh. O jornal Times of Israel relatou que o funeral do líder será realizado no Catar, na sexta-feira (2).
Haniyeh foi chefe do Hamas até 2017, quando passou a atuar diplomaticamente na Faixa de Gaza. Mesmo mantendo contato direto com o grupo, suas ocupações eram a garantia de um cessar-fogo entre Israel e Palestina. Ele atuava diretamente na fronteira entre Catar e Turquia e mantinha boas relações com grupos rivais ao Hamas.
Ele integrou a organização ainda na década de 1990 e se tornou um dos protegidos do fundador do Hamas, Sheikh Ahmad Yassin, que, assim como a família de Haniyeh, era um refugiado da vila de Al Jura, perto de Ashkelon, em Israel.
Na época dos ataques de 7 de outubro, Haniyeh assumiu um tom mediador entre os demais países vizinhos à Palestina. “Todos os acordos de normalização que vocês (estados árabes) assinaram com (Israel) não acabarão com este conflito”, declarou Haniyeh na televisão Al Jazeera, sediada no Catar.