MENU

Lula escolhe Macaé Evaristo para assumir Direitos Humanos após saída de Silvio Almeida

Macaé Evaristo foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de Educação no município de Belo Horizonte (2005 a 2012) e no estado de Minas Gerais (2015 a 2018)
Reconhecida no meio educacional e nas discussões sobre racismo, Macaé é professora desde os 19 anos. Crédito: Arquivo pessoal

O presidente Lula (PT) decidiu nesta segunda-feira (9) que a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) será a nova ministra dos Direitos Humanos.

Ela vai substituir Silvio Almeida, demitido na sexta-feira (6), após acusações de assédio sexual. Uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Macaé Evaristo foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária de Educação no município de Belo Horizonte (2005 a 2012) e no estado de Minas Gerais (2015 a 2018). Também já atuou no governo federal durante o governo Dilma Rousseff (PT): em 2013 e 2014, comandou a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, subpasta ligada ao Ministério da Educação.

Reconhecida no meio educacional e nas discussões sobre racismo, Macaé é professora desde os 19 anos. Em 2022, foi eleita como deputada estadual em Minas.

Lula recebeu Macaé Evaristo no Palácio da Alvorada mais cedo nesta segunda-feira. Aliados já apontavam que ela era a principal favorita e que outros nomes apenas se encontrariam com o mandatário, se a conversa com a mineira não avançasse.

Havia receio de que a pretensão de Macaé de disputar a eleição para a Câmara dos Deputados em 2026 fosse um problema, considerando que ela não poderia permanecer até o fim do governo.

Além de Macaé, chegou a ser cogitado o nome da ex-ministra da Nilma Lino Gomes, que foi chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no governo Dilma.

Também se mencionou o nome do secretário licenciado da Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas. Interlocutores no Planalto, no entanto, apontavam que esse nome era resultado de uma tentativa do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ampliar seu controle do governo.

O Ministério dos Direitos Humanos está sendo ocupado interinamente por Esther Dweck, que acumula a função com o cargo de ministra da Gestão e da Inovação em Serviço Público.

Denúncias

No fim da tarde de sexta-feira, Lula decidiu demitir Silvio Almeida após o surgimento de denúncias de assédio sexual contra o ministro. As acusações foram confirmadas pela organização Me Too Brasil, que recebeu os relatos e prestou auxílio às supostas vítimas.

Silvio Almeida vem negando as acusações.

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país”, afirmou.

“Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”.

O episódio virou munição para a direita, e o caso tem gerado divergências dentro do campo político da esquerda. Bolsonaristas usam o episódio que culminou na demissão do ministro para criticar os adversários, inclusive o presidente Lula (PT), que soube do episódio pelo menos sete dias antes de as acusações serem tornadas públicas, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Dentro da própria esquerda, apesar de uma majoritária solidariedade a Anielle, houve nomes que defenderam Almeida. Após a divulgação das acusações, uma série de nomes da direita foi às redes sociais para criticar o ex-ministro, o governo Lula e a esquerda.

A área dos direitos humanos era, no início do mandato petista, uma das principais apostas governistas, diante da má imagem, inclusive internacional, que o governo Jair Bolsonaro (PL) tinha nesse setor -o ex-mandatário tem histórico de declarações preconceituosas contra minorias.

Bolsonaro chamou o ex-auxiliar de Lula de “taradão da Esplanada” horas depois de o caso ser divulgado na quinta (5). Ele e seu filho senador, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), compartilharam nas redes a manchete da notícia das acusações de assédio.

O governo passado também teve denúncias de assédio contra um importante membro: Pedro Guimarães, então presidente da Caixa Econômica Federal. Próximo a Bolsonaro, ele foi acusado por no mínimo cinco funcionárias do banco de assédio sexual. Guimarães acabou demitido após intensa pressão, e Bolsonaro nomeou Daniella Marques para Caixa Econômica Federal.

CATIA SEABRA, MARIANNA HOLANDA E RENATO MACHADO, da Folhapress

52
Compartilhe:
Mercado
Clima/Tempo
Mais Lidas
Governo do Ceará combate a insegurança alimentar no Estado com o Programa Ceará Sem Fome
Ceará Credi transforma pessoas e a economia por meio de incentivo a pequenos empreendedores
Prefeitura de São Luís celebra aniversário da cidade com semana de shows e grandes atrações
Conheça as 8  fotos mais famosas do mundo e a história por trás de cada uma delas
Teresina não terá aumento da passagem de ônibus, anuncia secretaria
Mais de 1000 Cozinhas Ceará Sem Fome levam alimento diário a famílias em todo o Estado
‘Evidências do Amor’, filme estrelado por Sandy e Fábio Porchat, tem ar de comédia romântica clássica
A história que você não conhece: a ligação de uma cidade cearense à Independência do Brasil
Confira a programação de 13 de Maio, Dia de Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza, nesta segunda-feira
Prefeitura de Fortaleza é a primeira do Norte e Nordeste no ranking de matrículas na Educação Inclusiva

Notícias relacionadas:

Design sem nome - 2024-10-02T090950.708_Easy-Resize.com
Política
Lula tem avaliação positiva de 32% e negativa de 31%; 33% veem gestão como regular, aponta Quaest
aviao site final
Política
Avião de Lula tem problema técnico após decolagem e retorna à Cidade do México
PF prende primeira-dama de João Pessoa em investigação sobre aliciamento violento de eleitores
Eleições 2024
PF prende primeira-dama de João Pessoa em investigação sobre aliciamento violento de eleitores
Macaé Evaristo assume como ministra e critica concepção de que direitos humanos é para defender bandido
Política
Macaé Evaristo assume como ministra e critica concepção de que direitos humanos é para defender bandido
logo-urbnews-redondo