A Polícia Federal cumpriu, nos municípios de Redenção, Pau D’Arco, Xinguara e Conceição do Araguaia, no Pará, 14 mandados de busca e apreensão relativos à Operação Ouro de Hipócrates, que se iniciou a partir da junção de três investigações por irregularidades em procedimentos licitatórios na área da saúde.
A primeira delas, após denúncia do Ministério Público do Estado do Pará referente ao descumprimento, por parte da Prefeitura de São Felix do Xingu, de recomendações do MPPA quanto à implementação e disponibilização em plataforma pública específica de todas as informações geradas em matéria de contratações públicas voltadas para o combate da pandemia de covid-19.
Já a segunda investigação apurava a compra de respiradores superfaturados na cidade de Redenção, também durante a pandemia. Foram identificados indícios de montagem nos procedimentos licitatórios e as mesmas similaridades citadas acima, indicando se tratar de mais uma empresa de fachada.
A terceira investigação, por sua vez, apura ausência de médicos plantonistas no Município de Santana do Araguaia/PA, apesar de contratação pública vigente para esta finalidade. Durante a apuração, constatou-se que o representante apontado no contrato já havia falecido à época da assinatura, além da ausência de sede física da empresa e as demais similaridades citadas.
Ainda de acordo com a PF, a partir das investigações, foi possível constatar a existência de organização criminosa voltada para o desvio de recursos públicos em todo o estado do Pará, na área da saúde, se utilizando de empresas “fantasmas”. Acredita-se que ao menos 20 procedimentos tenham sido fraudados, totalizando milhões de reais em danos aos cofres públicos, ainda por calcular.
Ao todo, foram apreendidas armas, munições, computadores, comprovantes de transferências e celulares, em quantidades ainda não computadas. Dos mandados de busca e apreensão, todos no Pará, foram cumpridos: nove em Redenção, um em Xinguara, um em Conceição do Araguaia e um em Pau D’Arco.
Com informações da Polícia Federal