O cantor Gusttavo Lima falou nesta segunda-feira (30) sobre a investigação da Operação Integration da Polícia Civil de Pernambuco, que aponta o artista como membro de uma rede de jogos ilegais em seis estados brasileiros.
Em live no Instagram com a participação do seu advogado, Claudio Bessas, o cantor desabafou para os mais de 170 mil espectadores e disse não saber “o porquê disso estar acontecendo”.
“Fiz um contrato de publicidade, onde, em uma possível venda, eu teria a possibilidade de compra”, afirmou, ao lado do advogado. “Isso pra mim é assassinato de reputação”, defendeu-se o cantor.
De acordo com as autoridades, o sertanejo teria envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro e organização criminosa, usando da própria imagem para negócios envolvendo transações ilícitas.
Participação do cantor
O cantor Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em decorrência da investigação que apura a atuação em jogos ilegais, segundo o “Fantástico”, da TV Globo, que teve acesso aos autos. A defesa do artista reafirma a sua inocência.
O indiciamento do sertanejo ocorreu no dia 15 de setembro. O inquérito diz que o cantor virou sócio da Vai de Bet em julho de 2024. A empresa é uma das citadas na investigação, resultado da Operação Integration. Gusttavo Lima teria 25% de participação na companhia, mas a polícia suspeita que ele era sócio bem antes disso.
A linha do tempo da operação
Operação Integration apura um suposto esquema milionário de lavagem de dinheiro de cassinos online e casas de jogo do bicho. A ação policial ganhou popularidade após a influenciadora Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, serem presas por suspeita de envolvimento.
Ação não mira diretamente os sites de apostas esportivas (bets), mas o uso dessas plataformas para lavar dinheiro de atividades ilegais, como o jogo do bicho. Um dos relatórios da investigação, por exemplo, diz que o site Esportes da Sorte era usado para ocultar receitas oriundas do jogo do bicho. A empresa nega irregularidades.
Os investigados ocultaram bens de origem ilícita, segundo a Polícia Civil. Carros, aeronaves, imóveis e contratos milionários de publicidade foram firmados para lavar o dinheiro oriundo de casas de aposta e de jogo do bicho. A investigação apurou que o esquema girava em torno de Darwin Henrique da Silva Filho. O empresário de 33 anos é CEO da Esportes da Sorte. Ele foi preso na operação, mas a Justiça mandou soltá-lo na semana passada. A família de Darwin também está envolvida no esquema, com cada membro desempenhando um papel específico na lavagem de dinheiro, segundo a polícia.
Empresas envolvidas no inquérito tiveram bens bloqueados na casa dos R$ 2 bilhões. Aeronaves e veículos de luxo foram apreendidos durante a operação. Pessoas físicas também tiveram contas bloqueadas.
Deolane e sua mãe foram presas no último dia 4. O estopim da operação aconteceu quando a advogada e influenciadora recebeu voz de prisão por suspeita de integrar o grupo que opera as bets no Brasil e que teria utilizado contas bancárias suas e de terceiros para lavar o dinheiro das atividades ilegais. Sua mãe, Solange, é suspeita de repassar valores em dinheiro incompatíveis com sua renda, e também teve bens bloqueados. A Justiça revogou o pedido de prisão das duas na última semana.
O que dizem os investigados
Defesa de Gusttavo Lima informou que a inocência do artista será devidamente demonstrada. “O cantor jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela polícia pernambucana.”
À TV Globo, os advogados disseram que o cantor não é sócio da Vai de Bet e que o contrato encontrado pela polícia indica que ele tem apenas 25% da eventual venda da marca. “Não há qualquer indício de lavagem de dinheiro e organização criminosa.”
Todos os envolvidos citados na investigação negam participação no esquema.