Um único navio movimentou mais de 4 mil contêineres no Porto do Pecém, no último fim de semana. O feito é um recorde para o terminal cearense que, apenas entre janeiro e agosto de 2024, já movimentou mais de 12 milhões de toneladas, montante 12% maior que o quantificado no mesmo período do ano passado. A embarcação era um MSC Mariagrazia, a qual navega com a bandeira da Libéria.
O navio de grandes dimensões chegou ao Pecém apresentando uma altura de cerca de 50 metros. Somado ao seu comprimento de 366 metros, era como se um prédio de 17 andares, o qual ocuparia o equivalente a três quarteirões, atracasse na costa gonçalense – o que não facilitou o trabalho.
Para a atracação no terminal de múltiplo uso (Tmut), foram necessários três rebocadores, tomando áreas até então não utilizadas pelo Porto do Pecém. Apesar da dificuldade, a operação foi um sucesso, levando menos de 90 minutos para que o MSC ficasse apto para a descarga. A carga advinda da China, que viajou pelo Canal do Panamá, irá para 14 outros portos – tanto nacionais quanto internacionais. O Porto do Pecém, então, atuou como um hub.
Para Roberto de Castro, diretor de Operações do Complexo do Pecém, a operação demonstra a capacidade e eficiência do Porto em realizar “uma movimentação tão grandiosa em tão pouco tempo”. Toda a ação durou cerca de 50h.
Além dos benefícios para o Porto, a iniciativa traz benefícios para sociedade e o Estado, segundo André Magalhães, diretor Comercial do Complexo do Pecém. “Em razão do seu tamanho, esses navios têm a capacidade de transportar uma quantidade significativamente maior de carga por viagem”, ele comenta. “Tal capacidade reduz o número de viagens necessárias para movimentar o mesmo volume de mercadorias, o que, por sua vez, diminui o consumo total de combustível, as emissões de CO2 por tonelada transportada e o congestionamento nos portos”.
André Magalhães ainda revelou que existem negociações para receber mais navios deste porte ainda em 2024. A localização estratégica do Porto do Pecém, que está na “rota asiática, sem restrições operacionais” foi um dos pontos apontados pelo diretor como atrativo para esses gigantes do mar.