O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou que o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) apoiou a candidatura de André Fernandes (PL) no segundo turno em Fortaleza contra Evandro Leitão (PT). Bolsonaro ainda disse que não veio à Capital na reta final das eleições para não “atrapalhar” o aliado. Apesar do apoio, o petista venceu a eleição com 50,38% dos votos válidos, ante 49,62% do bolsonarista.
“A estratégia foi minha, não foi dele. Abrindo o jogo aqui: começou o Ciro apoiando ele, a esquerda apoiando, se eu fosse lá na reta final poderia atrapalhá-lo. Então, eu deixei ele ficar livre, leve e solto”, explicou o ex-capitão nesta terça-feira (29).
Bolsonaro disse que ainda não conversou com Ciro, mas destacou que tem “curiosidade de conversar com ele um dia”. “Não se ele gostaria de conversar comigo”, afirmou, no entanto.
Bolsonaro ressaltou que toda “velocidade inicial” de André Fernandes foi construída com ele. Fernandes já chegou a se autointitular de “01 do Bolsonaro”. Como primeiro ato de campanha de Fernandes, o ex-presidente participou de uma carreata em Fortaleza, mas depois foi “apagado” na campanha.
“Continuamos amigos e eu fico muito feliz que uma jovem liderança, dessa de direita, despontando no nordeste”, completou.
Após o primeiro turno em Fortaleza, que confirmou a não reeleição do prefeito da Capital, José Sarto (PDT), os pedetistas se dividiram sobre quem apoiar. O ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) optou por endossar Fernandes, enquanto o ministro Carlos Lupi, presidente do partido em licença, manifestou apoio a Evandro.
Já Ciro não declarou apoio público ao bolsonarista, mas foi acusado por adversários de trabalhar contra Evandro nos bastidores. Cid Gomes (PSB-CE), irmão do ex-presidenciável, disse à Folha de S. Paulo que Ciro sinalizou concordar com a movimentação à direita de Roberto Cláudio.