O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), enfatizou nesta quarta-feira (30), durante a reunião ministerial do GT de Educação do G20, em Fortaleza, que o investimento na educação é o “grande caminho para construir um país soberano”. “Esse é o legado que a gente quer deixar, de avanços importantes”, disse o ministro.
O Brasil já investe per capita, no ensino superior, a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, mas, segundo o ministro, é preciso investir mais na educação básica, pois, nesse setor, “nós investimos um terço do valor médio desses países, e o grande gargalo do Brasil, hoje, está na educação básica”.
O ministro citou, por exemplo, o fato de que 68 milhões de brasileiros não terminaram a educação básica. “Temos, também, uma evasão enorme, principalmente no ensino médio, e por isso criamos o Programa Pé de Meia”.
Mudanças
Camilo salientou, entretanto, que precisaria de mais tempo para fazer as mudanças profundas que o setor precisa. “Queremos deixar esse legado, e é claro que, em quatro anos, não é suficiente para fazer as grandes transformações que o Brasil precisa na educação básica, mas estamos pavimentando os caminhos em parceria com os estados e os municípios, já que são eles que gerenciam o ensino básico”.
O ministro falou, também, do exemplo que o Ceará é nessa área. “Não é só questão de financiamento, já que temos cidades e estados mais ricos que o Ceará, mas sem os resultados educacionais de alguns municípios cearenses”.
Nesse sentido, Camilo salientou que é preciso boa governança na gestão educacional para que os resultados venham. “É preciso monitoramento, planejamento e parceria”.
Reunião
A reunião do GT de Educação teve a participação de delegados de todos os países membros do G20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana. Além disso, também participaram representantes de países convidados, como Angola, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Noruega, Portugal e Singapura.
O encontro também contou com a participação de organismos multilaterais, a exemplo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), entre outros.