O apresentador do SBT, Marcão do Povo, foi absolvido da acusação de injúria racial cometida contra a cantora Ludmilla em janeiro de 2017, quando ele ainda trabalhava na Record. A decisão foi da ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na ocasião, Marcão chamou Ludmilla de “pobre macaca”. O caso repercutiu na internet e o apresentador foi dispensado da Record, mas contratado pelo SBT pouco tempo depois. Em primeira instância, Marcão foi inocentado.
Já em segunda instância, o apresentador foi condenado a pagar indenização de R$ 30 mil para a cantora, além de um ano e quatro meses de prisão em regime aberto.
Marcão entrou com recurso no STJ e o caso foi julgado pelo ministério na última quinta-feira (19), segundo a coluna f5 do jornal Folha de S. Paulo. Na decisão, a ministra afirmou que a reportagem foi feita com base em um vídeo editado.
A partir disso, houve falha na sentença. Para ela, não ficou configurado que Marcão cometeu de fato lesão racial, e que precisaria ver a integralidade da imagem para que fosse tomada uma decisão.
“É temerosa a acessíveis de vídeo editado para sustentar um decreto condenatório em que foi fornecido toda a fala do recorrente, tendo ênfase em determinadas expressões sem a devida contextualização”, diz a ministra.
A coluna procurou a defesa de Ludmilla, que afirmou que irá recorrer ao colegiado do STJ no ínicio de 2025. “Confiamos que o colegiado reverterá a decisão, julgando a conduta do acusado criminosa e preconceituosa, impedindo, assim, um imenso retrocesso para a luta contra o racismo no País”, diz a nota da defesa.
Marcão do Povo ainda não se pronunciou sobre o caso até a publicação desta reportagem.