Uma cearense, natural da praia do Titanzinho, em Fortaleza, está dominando o mundo do surfe a nível nacional. Estamos falando de Larissa dos Santos, atual campeã da Taça Brasil de Surf 2024. A história da atleta com o esporte começou quando era ainda pequena, aos oito anos de idade.
Uma relação de casa e família. Família porque a ida à beira do mar tinha uma razão: ver o pai, Flávio Sukita, competir. Não dizem que filho de peixe, peixinho é? No caso da Larissa, esse ditado é mais do que certo. Aos poucos, a cearense tomou gosto pela aventura das ondas. Não tardou para o ofício do pai virar o seu também. A praia se tornou um refúgio.
“Onde começou foi tudo através do meu pai. Ele, até hoje, é uma das minhas maiores inspirações. A gente estava indo para um campeonato na Praia do Futuro, vendo ele lá competindo, e isso despertou esse desejo de poder aprender a surfar e de poder estar vivendo no mundo do surfe”, lembra Larissa.
“Com oito anos de idade, ele [seu pai] me colocou para surfar pela primeira vez e eu nunca tive dificuldade para aprender. E com nove anos de idade eu comecei a competir e fiz uma final, no meio de meninas com idades avançadas”, complementa.
Flávio Sukita, pai e grande inspiração da campeã nacional, avalia que Larissa já mostrava seu talento desde cedo. “Com 12 anos, ela já começou a se destacar entre as meninas e deslanchar. Concorreu a um circuito fora, seletiva Petrobrás, e já foi a revelação do circuito”, diz Sukita.
De lá para cá, Larissa conquistou diversos títulos brasileiros profissionais e amadores. Mas o caminho até a conquista da Taça Brasil, em 2024, não foi nada fácil. Ela conta que, no começo da temporada, estava com 16 kg a mais, o que atrapalhava seus resultados em cima da prancha.
Além disso, a atleta teve que lidar com a perda de um patrocínio, o que a fez ter dúvidas sobre o seu futuro na competição, e com um desligamento lateral no joelho. “Foi tudo muito tenso, mas foi superação para mim mesma. Achei que eu não iria passar por isso, achei que não iria chegar nesse título brasileiro”, avalia.
Mas ela conseguiu. Mesmo diante das dificuldades, Larissa conta que faturou três etapas da Taça Brasil antes da concretização do título no fim do ano. A surfista cearense venceu o campeonato em Torres, no Rio Grande do Sul. Conquistou o título com 28.000 pontos, seguida da paranaense Nathalie Martins com 27.500 e de Silvana Lima, também cearense, com 26.500.
A Taça Brasil é uma divisão de acesso para o Dream Tour, e distribui vagas para a competição de 2025. Em 2024, a cearense também foi campeã do CBSurf Francês Surf Festival, ao lado do surfista Fabrício Bulhões.
Por trás de todo prestígio de ser uma campeã, Larissa conta um apoio inigualável e mais do que especial. “Meus maiores patrocinadores, até hoje, são os meus pais, que nunca mediram esforços para poder me ajudar e incentivar no mundo do surfe. Tiram deles, para estar me ajudando nos campeonatos. Só tenho que agradecer”, ressalta.
Que a trajetória da Larissa foi de muito sucesso e superação, a gente já sabe. Mas a atleta de 26 anos continua sonhando alto. “Eu quero que a minha vaga na segunda divisão do Mundial esteja garantida no ano de 2026, para que em 2027 eu também tenha a minha vaga garantida no WCT [World Championship Tour], que é a elite do Mundial. É um dos meus maiores sonhos”, finaliza.