Em 2024, o Brasil escolheu prefeitos e vereadores que tomarão posse no início de 2025 e ficarão no poder por quatro anos. Em ano de eleições, o país presenciou acontecimentos marcantes e que foram decisivos para o resultado.
Cadeiradas, ataques e até parcerias entre rivais marcaram o pleito deste ano. Além disso, Fortaleza presenciou um segundo turno que não se via há anos, tendo um resultado apertado e uma eleição que ganhou olhares nacionais.
Além das disputas políticas, o Brasil viveu em 2024 uma discussão sobre a jornada de trabalho. A PEC da escala 6X1, do vereador Rick Azevedo e da deputada Erika Hilton gerou debates e dividiu o país.
Confira os acontecimentos que marcaram a política em 2024 no Ceará e Brasil:
“Chupa aqui pra ver se sai leite”: Fala de candidato em debate de Fortaleza viraliza
No dia 27 de agosto, durante o debate realizado pelo Grupo de Comunicação O Povo, em parceria com a seccional cearense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), o então candidato à Prefeitura de Fortaleza, George Lima (Solidariedade), protagonizou uma cena que ganhou destaque nacional.
“Chupa aqui pra ver se sai leite”, disse em resposta ao seu adversário na ocasião, o também à época candidato, André Fernandes (PL), que teria o questionado sobre as pesquisas de intenções de voto e dito que seus números eram “inexpressivos”.
Datena agride Pablo Marçal com cadeirada durante debate
O então candidato José Luiz Datena (PSDB), no dia 15 de setembro, agrediu, o também à época candidato, Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada em meio ao debate na TV Cultura.
O primeiro foi expulso, e o segundo deixou o programa com os postulantes à Prefeitura de São Paulo. O debate foi interrompido em seguida e voltou com os outros quatro participantes. Os dias seguintes foram inundados com os desdobramentos da ação.
Oscar Rodrigues (União) vence Izolda Cela (PSB) e é eleito prefeito de Sobral
No dia 6 de outubro, após a apuração total das urnas eleitorais, a cidade de Sobral teve um novo prefeito eleito. O deputado estadual Oscar Rodrigues (União) venceu o pleito com 52,42% dos votos, ficando à frente de Izolda Cela (PSB) que obteve 47,68% dos votos válidos.
Foi a primeira gestão de um prefeito fora do grupo político da família Ferreira Gomes na cidade após 25 anos.
Em sua campanha, Izolda Cela obteve apoio do senador Cid Gomes (PSB), do ministro da educação, Camilo Santana e do atual prefeito, Ivo Gomes (PSB). A eleição também ficou marcada pelo distanciamento de Ciro Gomes (PDT) dos seus irmãos, inclusive sem participar da campanha da candidata.
José Sarto se torna o primeiro prefeito não reeleito da história de Fortaleza
Ainda dia 6 de outubro de 2024, após a apuração do primeiro turno do pleito, Fortaleza teve um resultado histórico: pela primeira vez na história da capital cearense, desde que a reeleição foi instituída no Brasil em 1997, que um prefeito não consegue se reeleger.
O prefeito José Sarto ficou na terceira posição, ficando fora da disputa do segundo turno. Ele obteve 11,75% dos votos válidos, um total de 164.402 votos.
Evandro Leitão vence André Fernandes com resultado apertado em Fortaleza
A capital cearense presenciou outro fato histórico no segundo turno das eleições de 2024, no dia 27 de outubro, quando Fortaleza escolheu o novo prefeito. Evandro Leitão (PT) foi eleito, enquanto André Fernandes (PL) saiu derrotado, com uma diferença apertada de 10.838 votos.
Desde 1988 Fortaleza não tinha um páreo tão apertado na disputa para a Prefeitura. Naquele ano, a diferença do vencedor, Ciro Gomes (PMDB na época), para o derrotado, Edson Silva (PDT na época), foi de 5.317 votos.
PEC pelo fim da escala 6×1 gera debate nacional entre simpatizantes e contrários
O fim da jornada de trabalho de 6 dias trabalhados por um dia de descanso ganhou destaque no dia 10 de novembro deste ano nas redes sociais. O debate sobre a proposta ficou em primeiro lugar nos assuntos mais discutidos pelos internautas na rede social X, antigo Twitter.
A extinção da jornada 6×1 faz parte de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pela deputada Érica Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados.
A repercussão nacional da PEC dividiu opiniões. Em entrevista ao Metrópoles, no dia 13 do mesmo mês, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se mostrou contra a proposta, alegando que “é uma estratégia do PT para jogar patrão e empregado um contra o outro” e que a medida “vai afundar o Brasil”.