Nesta quarta-feira (8), a Polícia Civil do Piauí prendeu Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, acusado de envenenar oito pessoas no dia 1º de janeiro de 2025. O suspeito teria colocado veneno em um prato de baião de dois e logo após servido à sua família durante um almoço em sua residência, localizada na cidade de Parnaíba, interior do estado.
Os familiares começaram a apresentar sintomas de intoxicação após consumirem a refeição. O próprio suspeito também passou mal e foi socorrido, mas recebeu alta médica no mesmo dia. Durante a investigação, foi identificado que a substância utilizada no envenenamento foi o terbufós, um pesticida altamente tóxico, proibido no Brasil, semelhante ao “chumbinho”, porém mais nocivo.
O terbufós ataca diretamente o sistema nervoso central, provocando convulsões, dificuldades respiratórias e intensas dores abdominais. Entre as vítimas fatais do envenenamento estão os enteados de Francisco, Manoel Leandro da Silva, de 18 anos e Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e duas crianças, uma de 1 ano e outra de 3 anos, filhas de Francisca.
Outras pessoas que também foram envenenadas, mas sobreviveram ao incidente são: uma criança de 4 anos, filha da enteada de Francisco, que permanece internada em Teresina, e um adolescente de 17 anos, que recebeu alta. Além disso, a vizinha do acusado, Maria Jocilene da Silva, de 32 anos, e seu filho de 11 anos, foram internados, mas ambos já receberam alta.
Segundo informações do G1, Francisco revelou, em depoimento à polícia, que nutria um profundo desagrado pelos enteados, especialmente por Francisca Maria e seus filhos. O suspeito chegou a afirmar que desejava que ela se afastasse da casa e ainda fez comentários depreciativos, referindo-se às crianças como “primatas” e “não higiênicas”.
De acordo com o delegado Abimael Silva, o sentimento de ódio de Francisco era evidente, principalmente em relação à enteada. Mesmo diante da gravidade da situação, com Francisca Maria gravemente doente, ele não disfarçou seus sentimentos durante o depoimento. “Ele disse que quando olhava para ela sentia nojo e raiva. Isso são palavras dele no depoimento”, explicou o delegado.