O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, disse nesta sexta-feira (31) que o déficit de R$ 3,2 bilhões registrado pela estatal em 2024 é consequência da precarização causada pela tentativa de privatização no governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele destacou que esse processo gerou incertezas e afetou negativamente a empresa.
Silva também atribuiu parte do prejuízo à taxação das compras internacionais de até US$ 50, que impactou diretamente nas finanças dos Correios. Segundo ele, essa medida contribuiu para o aumento das dificuldades enfrentadas pela estatal no ano passado.
“Era uma empresa que estava para ser privatizada, foi colocada na bacia das almas e isso traz efeitos que são importantes. E esses efeitos que a gente tá combatendo”, disse Fabiano.
A declaração foi feita após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O encontro aconteceu logo após o anúncio do Banco Central sobre o déficit das empresas estatais federais em 2024.
Após a reunião, a ministra Esther Dweck esclareceu que o balanço das estatais ainda não está finalizado, e que a versão definitiva costuma ser divulgada entre março e abril. Ela destacou que o resultado pode sofrer ajustes até essa data. Além disso, Dweck ressaltou que, no ano passado, os investimentos realizados pelas empresas cresceram 44%.
“Não é rombo. Hoje o que foi divulgado é só o resultado fiscal das empresas, que pega só as receitas e despesas do ano. Mas muitas despesas são com o dinheiro que estava em caixa, gerando resultado deficitário ainda que as empresas tenham lucro”, afirmou ela.