O Açude Orós, segundo maior reservatório do Ceará, atingiu lâmina d’água de 16 centímetros no vertedouro, mantendo o sangramento iniciado no dia 26 de abril, um fenômeno que não ocorria desde 2011. A cena tem atraído moradores e turistas da região, que se reúnem para presenciar a vazão das águas, vista por muitos como um espetáculo da natureza.
A lâmina d’água representa a altura da água que passa sobre o vertedouro da barragem. Quanto maior essa altura, maior o volume e a força da vazão, e, por consequência, mais impactante se torna a sangria. A fartura de água tem chamado atenção pela beleza e simbolismo, especialmente após mais de uma década sem o açude atingir sua capacidade total.
Nesta segunda-feira (26), está previsto o fechamento temporário da válvula dispersora do açude, conhecida popularmente como “véu de noiva”. A medida será necessária para a realização de obras de modernização da estrutura do reservatório, com previsão de duração de 15 dias.
Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a intervenção não afetará o sangradouro nem o abastecimento da região. O local seguirá acessível para banhistas e visitantes.
Açude Orós, com capacidade para armazenar 1,9 bilhão de metros cúbicos de água, teve episódios de sangria apenas três vezes nos últimos 20 anos: em 2008, 2009 e 2011. Atualmente, 32 açudes estão sangrando no Ceará, conforme dados atualizados da Cogerh.
Desde o início de 2025, o estado já registrou 60 reservatórios com 100% da capacidade preenchida. Ao todo, os 157 açudes monitorados somam armazenamento de 10,2 bilhões de metros cúbicos, representando mais de 55% do volume total de água disponível no estado.