O cantor MC Poze do Rodo foi libertado na tarde desta terça-feira (3), após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Preso preventivamente há cinco dias, ele estava detido no presídio Bangu 3, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da capital fluminense. A soltura provocou comoção entre fãs, que se aglomeraram em frente à unidade prisional, gerando tumulto e confronto com a Polícia Militar.
A liberação do funkeiro foi autorizada pelo desembargador Peterson Barroso Simão, que apontou possíveis excessos na condução da prisão. “Existem indícios que comprometem o procedimento regular da polícia. Pelo pouco que se sabe, o paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática, fato a ser apurado posteriormente”, destacou o magistrado.
Como condição para responder em liberdade, o funkeiro deverá cumprir uma série de medidas cautelares, entre elas: comparecimento mensal em juízo até o dia 10 de cada mês para informar suas atividades; não se ausentar da comarca; manter contato atualizado com a Justiça; não mudar de endereço sem comunicar o Juízo; proibição de contato com investigados, testemunhas ou pessoas ligadas ao Comando Vermelho e entrega do passaporte à Secretaria do Juízo.
MC Poze foi detido em sua casa, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, durante uma operação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele era investigado por apologia ao crime e suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
A expectativa pela soltura mobilizou uma multidão de admiradores, mas a manifestação acabou em confusão. Policiais militares usaram gás de pimenta e cacetetes para tentar dispersar os fãs. Entre os presentes, estava o também funkeiro MC Oruam, que chegou a subir em um ônibus para comemorar.
Esposa do funkeiro também é investigada
Ainda nesta terça, a influenciadora Vivi Noronha, esposa de Poze, foi alvo de um mandado de busca e apreensão em uma operação da Polícia Civil do Rio contra um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Comando Vermelho. A ação foi deflagrada após a morte de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, apontado como operador financeiro do grupo.
Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), duas transações de quase R$ 1 milhão foram identificadas em contas vinculadas a Vivi, supostamente feitas por laranjas do traficante.