Durante uma sessão da Câmara Municipal de Capão Bonito (SP), o vereador Clayton Sassá (União Brasil) protagonizou um mal-entendido curioso ao confundir o termo “tombamento” com “derrubamento”. A confusão ocorreu enquanto ele comentava sobre a capela Santa Cruz, igreja centenária localizada na zona rural da cidade.
“Sou totalmente contrário ao tombamento, ao ‘derrubamento’ dessa igreja. […] tem que se tornar um patrimônio público histórico do nosso município porque é uma marca para a Igreja Católica”, afirmou. No entanto, ao contrário do que o vereador imaginava, o tombamento é um mecanismo legal que visa proteger e preservar bens de valor histórico e não destruí-los.
Apesar da fala polêmica, o tema em votação naquela sessão, realizada em 2 de junho, não era sobre o tombamento da capela. O requerimento discutido apenas pedia esclarecimentos à Prefeitura sobre o fechamento de uma via próxima à igreja, usado para o tráfego de caminhões. A medida teria sido adotada, segundo o Executivo, para evitar danos à estrutura do templo, que tem mais de 150 anos.
Em entrevista a uma TV afiliada da Globo, o vereador reconheceu o equívoco. “Logo em seguida, percebi o equívoco, pedi a palavra para me corrigir no momento, porém a palavra no momento da discussão do assunto foi passado a outro colega vereador”, explicou.
Repercussão do caso
Diante da repercussão do vídeo nas redes sociais, Clayton disse que resolveu lidar com leveza: “De início fiquei chateado, sim, mas depois, pensando melhor, resolvi encarar com bom humor”.
Segundo ele, o episódio teve um efeito positivo ao chamar atenção para a importância da preservação do patrimônio histórico da cidade. A capela Santa Cruz, construída em 1874, é considerada a mais antiga de Capão Bonito. Erguida com técnicas artesanais e paredes de um metro de espessura em taipa de pilão, o templo mantém até hoje suas características originais.
Missas ainda são celebradas no local duas vezes por mês e reúnem fiéis de comunidades vizinhas. A Prefeitura reforçou que não há, no momento, nenhum processo de tombamento oficial em andamento, e que o fechamento da via se deu por solicitação da Mitra Diocesana, para proteger a estrutura da igreja contra o tráfego pesado.