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Mulher é presa por homofobia após chamar homem de ‘bicha nojenta’ e ‘pobre’ em SP

Por José Herculino
Atualizado há 3 semanas
Tempo de leitura: 4 mins
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Nas imagens divulgadas, é possível ouvir Gabriel gritando “tira ela daqui” e chamando a Adriana de “velha”. Em resposta, ela o acusa de ser “agressivo, nojento, assassino”. Foto: Reprodução

Uma discussão entre clientes em uma cafeteria de um shopping de luxo na zona sul de São Paulo terminou com uma prisão por injúria homofóbica no último sábado (14). Um vídeo do incidente circula nas redes sociais e mostra uma mulher ofendendo um homem com xingamentos como “pobre” e “bicha nojenta”.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi presa em flagrante pela Polícia Militar após as ofensas contra Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos. Ela foi levada ao 14º Distrito Policial (Pinheiros), onde testemunhas confirmaram a versão da vítima. A acusada permanece à disposição da Justiça.

Nas imagens divulgadas, é possível ouvir Gabriel gritando “tira ela daqui” e chamando a Adriana de “velha”. Em resposta, ela o acusa de ser “agressivo, nojento, assassino”.

Os registros não mostram como o embate começou, mas é possível ver a agressora nervosa e xingando o homem. Ele não aparece nas imagens, mas também reage em tom elevado.

Em nota enviada ao jornal Folha de S. Paulo, o Shopping Iguatemi lamentou o ocorrido e afirmou ter prestado todo o apoio necessário às autoridades. “O shopping reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância”, diz o comunicado.

O deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL-SP) também se manifestou nas redes sociais. Ele afirmou que sua assessoria jurídica irá acompanhar o caso e buscar os meios legais para que a mulher responda pelas ofensas, classificadas como homofóbicas.

A versão das partes

Após a repercussão de um vídeo nas redes sociais que mostra a discussão entre Adriana e Gabriel, a mulher se manifestou em entrevista à TV Globo. Ela afirmou que foi provocada por risadas e comentários etaristas, mas admitiu ter se arrependido das ofensas proferidas.

Segundo Adriana, de 61 anos, tudo começou quando ela falava ao telefone e se emocionou ao conversar sobre uma cirurgia que fará em breve. “Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese […]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone”, disse. “E esse grupo que estava ao lado começou a rir. Quando eles começaram a rir, eu desliguei o telefone, levantei o braço e pedi a conta. Falei ‘por favor, traz a conta, eu quero ir embora'”.

Ela alega que, após isso, os presentes começaram a fazer piadas. “Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada […] Aí, ele se manifestou, disse ‘fala baixo’, ‘cala a boca’. […]. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de ‘boiola’. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de ‘velha’. […] Sim, me arrependo”, completou.

Já a vítima, Gabriel, de 39 anos, apresentou outra versão. Ele contou que Adriana estava exaltada e gritando com a funcionária da cafeteria, pedindo insistentemente a conta. “A gente estava tomando um café. Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto ‘eu quero minha conta’, ‘eu quero ir embora’, ‘eu quero minha conta’, ‘eu quero ir embora'”, relatou.

Segundo ele, ao perceber o tom agressivo, ele tentou intervir de maneira pacífica. “A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei ‘calma, ela já virá, já deu o sinal’. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente”, afirmou.

A testemunha Giulia Podgaic, que estava em uma mesa próxima, confirmou a versão de Gabriel. “Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse ‘se acalma, ela já vai vir’, e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar ‘pobre’, ‘bicha’, todas as palavras de baixo calão possíveis… ‘bicha nojenta’, ‘pobre’, ‘você não deveria estar aqui'”, disse.

Ela também relatou o clima de tensão após o início da briga. “Ele começou a ficar nervoso, mas conseguiram retirar ele para que se acalmasse. Ele foi para outro lugar e ela continuou a ofender. Foi uma situação horrível. Chamou ele de ‘assassino’ do nada. Foi uma situação muito horrível”, completou.

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