A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi filmada xingando três homens gays no condomínio onde vive, no bairro Higienópolis, em São Paulo. A nova leva de ofensas homofóbicas foram proferidas nesta segunda-feira (16), dois dias após a mulher ser presa por chamar um indíviduo de “bicha nojenta” e “podre” em um shopping de luxo da capital paulista.
Segundo relato das vítimas, o ataque aconteceu no saguão do prédio. Ao ver os homens, a jornalista teria começado a ofendê-los com termos homofóbicos e fazer suposições sobre os hábitos sexuais do trio. Vídeos gravados pelo grupo mostram a agressora os chamando de “boiolas” e “gaiola das loucas” – uma referência ao filme LGBTQIA+ de Mike Nichols.
Catarina ainda faz insinuações sexuais, afirmando que os homens “querem dar o c*” e têm relações “a noite inteira”. Agentes da Polícia Militar foram acionados e encaminharam a jornalista até uma delegacia. Lá, ela prestou depoimento e foi liberada. Os ofendidos devem prestar uma queixa-crime.
“Foi um momento extremamente constrangedor e humilhante, que nos expôs de forma cruel e injusta”, disse Gustavo Leão, um dos agredidos por Catarina.
No domingo (15), a mulher conseguiu a liberdade provisória subordinada a medidas cautelares. Segundo o Tribunal de Justiça, ela deve comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades, assim como eventual atualização de endereço. Além disso, ela está proibida de frequentar o Shopping Iguatemi, onde os fatos do último sábado (14) ocorreram e a vítima trabalha, de acordo com o tribunal.
Catarina também não pode se ausentar da cidade de São Paulo por mais de oito dias sem aviso prévio. Se ela descumprir as restrições, pode voltar imediatamente à prisão.
Em sua conta no Facebook, consta que ela é de Campinas, no interior paulista, e se formou em jornalismo na PUC-Campinas. Catarina chegou a exercer a profissão na afiliada da TV Globo no município. Nas redes sociais, ela mescla comentários de notícias, política e mensagens religiosas.