Diante da escalada do conflito entre Israel e Irã, intensificado desde o dia 13 de junho com sucessivos ataques de mísseis e projéteis, a Embaixada do Brasil em Tel Aviv iniciou o processo de identificação de cidadãos brasileiros que desejam deixar o país. 

Em um alerta consular divulgado nesta sexta-feira (20), a representação diplomática disponibilizou um formulário que deve ser preenchido por todas as pessoas interessadas em sair de Israel, “de modo a permitir a identificação e a localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país”.

Apesar da iniciativa, a embaixada informou que “não há um plano para eventual operação de repatriação ou evacuação de brasileiros a partir de Israel”. A medida ocorre em meio ao agravamento da situação na região, que vem registrando bombardeios mútuos e vítimas civis. 

Desde o início da guerra entre o governo de Benjamin Netanyahu e grupos como Hamas e Hezbollah, o Brasil já realizou operações anteriores de repatriação, o que reduziu o número de brasileiros em território israelense, que, segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, era de cerca de 14 mil.

O alerta também destaca que o Aeroporto Ben-Gurion e o espaço aéreo israelense permanecem fechados, sem previsão de reabertura, salvo para voos com autorização prévia da Autoridade de Aviação Civil de Israel (ICAA). Assim, brasileiros que pretendem deixar o país devem buscar rotas terrestres por meios próprios. 

Os postos de fronteira seguem funcionando, mas com horários específicos e sujeitos a alterações, conforme as condições de segurança e as decisões do Comando da Frente Interna de Israel (Homefront Command), que recentemente reduziu o nível de alerta para o estado de Atividade Limitada em grande parte do território israelense.

O comunicado da embaixada orienta ainda que os interessados em sair avaliem os riscos da viagem, atentem às exigências de entrada nos países de destino — como visto — e sigam rigorosamente as regras de segurança. “A assistência consular possível nesses casos é limitada”, acrescenta o documento. “Recomenda-se, portanto, verificar continuamente as fontes oficiais aqui indicadas antes de qualquer deslocamento”.

A Força Aérea Brasileira (FAB), por sua vez, comunicou ao Congresso Nacional que está “em condições” de realizar uma eventual operação de repatriação, caso haja determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação, se autorizada, será coordenada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.