Em contrapartida às pressões sobre o governo Lula (PT) para cortar gastos, o ministro da Educação, Camilo Santana, defendeu ampliar os investimentos com a pasta, inclusive para universalizar o programa de bolsas do ensino médio, o Pé-de-Meia. A declaração foi dada durante entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Camilo afirmou ser “terminantemente contra” qualquer corte na área, apesar de reconhecer a relevância do equilíbrio fiscal.
“O Brasil é um país muito desigual e a concentração de renda é muito grande. Então, quem tem mais precisa pagar mais. A grande justiça tributária precisa ser feita”, completou.
Nos últimos debates sobre medidas fiscais, levantou-se a possibilidade de diminuir a parcela da União no Fundeb (mecanismo de custeio da educação básica) e o fim do piso constitucional de investimento na educação e saúde. Até o momento, isso não avançou, o que foi celebrado pelo ministro.
“A gente tem de investir forte na juventude e não ficar sempre nesse passo lento em relação a outros países que conseguiram dar um salto de forma mais rápida”, disse.
Durante a entrevista, Camilo cobrou o Congresso, sobretudo em relação ao volume de emendas parlamentares. “As emendas poderiam fazer parte de uma estratégia da política do governo”, disse. “Quem foi eleito para governar o país foi o presidente.”
O político defendeu que parte das emendas vá para a educação, inclusive para universalizar o Pé-de-Meia. O programa custa R$ 12 bilhões por ano ao contemplar só quem está no Cadastro Único, atendendo 4 milhões de alunos. As redes públicas, contudo, somam 6,7 milhões de estudantes na etapa.