Quatro pedidos de cassação do mandato do vereador Inspetor Alberto (PL) foram arquivados pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal de Fortaleza. As denúncias tratavam de episódios ocorridos ainda na legislatura anterior, incluindo acusações de maus-tratos a um animal e ameaças contra o atual prefeito da capital cearense, Evandro Leitão (PT).
A decisão pelo arquivamento foi baseada em parecer do relator dos casos, o vereador Luciano Girão (PDT), que considerou os pedidos inadmissíveis por motivos regimentais. Segundo ele, além de tratarem de condutas cometidas antes do início do atual mandato, as representações não atendiam aos critérios formais exigidos pelo Código de Ética da Casa, como comprovação de domicílio eleitoral em Fortaleza por parte dos autores.
Entre os casos analisados, estava um vídeo divulgado nas eleições de 2024, no qual Inspetor Alberto aparece manipulando um porco em alusão a Evandro Leitão, adversário político de seu grupo. O episódio gerou críticas de entidades ligadas à causa animal e motivou um inquérito da Polícia Civil.
Em outra gravação, também de 2024, o parlamentar direciona ameaças ao então candidato petista, dizendo que ele “iria morrer”. À época, o vereador afirmou se tratar apenas de uma “brincadeira”.
As quatro representações arquivadas foram protocoladas por diferentes autores: a Ouvidoria da Câmara, provocada por um cidadão; um grupo de ex-vereadores e deputados estaduais; a ONG Deixe Viver, ligada à causa animal; e o deputado federal Célio Studart (PSD).
Em todos os casos, Girão apontou falhas técnicas como ausência de assinaturas válidas, ausência de domicílio eleitoral em Fortaleza ou falta de legitimidade formal para propor a ação, como no caso de entidades sem representação partidária.
A decisão foi acompanhada pelos demais membros do Conselho de Ética: Julierme Sena (PL), René Pessoa (União), Tia Francisca (PSD) e Cláudio Lima (Avante), que votaram pelo arquivamento das denúncias. O vereador Inspetor Alberto não compareceu à reunião na Casa.