O comediante Leo Lins, condenado pelo Ministério Público de São Paulo a 8 anos e três meses de prisão por propagação de conteúdos considerados discriminatórios contra grupos minoritários, fez uma piada ironizando o câncer da cantora Preta Gil. O momento ocorreu durante seu show, chamado “Enterrado Vivo”, realizado no Teatro Gazeta, em São Paulo.
Ao ironizar da própria sentença, o humorista mencionou o processo que a cantora moveu contra ele em 2019, alegando danos morais. Durante participação em um programa de TV, Léo comparou a filha de Gilberto Gil a uma “porca”.
“A Preta Gil veio me processar por causa de uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer”, disse na última apresentação.
A artista está nos Estados Unidos realizando um novo tratamento contra um câncer no intestino, já que segundo ela, a quitéria feita no Brasil “não foi eficaz”.
Como pedido de seus advogados, todos os espectadores tiveram seus celulares proibidos pelo humorista, lacrando o aparelho logo no início da apresentação.
A proibição foi um meio de Leo Lins evitar problemas futuros, já que a pedido do Ministério da Justiça, Leo teve vídeo de seu show apagado do próprio canal do YouTube.
A juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, responsável pela sentença de 8 anos, considerou as piadas feitas pelo humorista ofensivas contra negros, nordestinos, indígenas, idosos, obesos e homossexuais.
De acordo com um trecho da decisão: “O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem da própria lei”.