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Capivaras são fofas, mas não são pets: saiba fatos sobre o animal do momento

Fenômeno pop na internet, nas papelarias e até na música, a capivara virou xodó mundial, mas apesar da carinha fofa, ela é um animal selvagem
Por Iôrran Freire
Atualizado há 1 semana
Tempo de leitura: 4 mins
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A criação doméstica da capivara é ilegal e incompatível com as necessidades naturais do animal. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Fenômeno pop nas redes sociais, nas papelarias e até na gastronomia, a capivara virou o novo xodó de muitas pessoas. É a chamada “capivaramania”, que transformou o maior roedor do mundo em ícone da cultura pop. Mas por trás da carinha fofa e dos memes virais, existe um animal silvestre com hábitos, necessidades e comportamentos que pedem atenção, e principalmente, distância.

De origem tupi, o nome “capivara” significa “comedor de capim”, e a referência faz jus ao apetite do animal: uma capivara adulta pode consumir até 4 quilos de vegetação por dia. Com patas palmadas e excelente habilidade na natação, o bicho passa boa parte do tempo em contato com a água, onde também encontra segurança contra predadores.

Não é pet: riscos à saúde e acidentes

Apesar da aparência tranquila, a capivara é um animal selvagem que não deve ser domesticado ou mantido como bicho de estimação. O chefe do Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA, em Fortaleza, Alberto Klefasz, explica que a espécie não passou por nenhum processo de seleção comportamental como cães e gatos, o que torna a convivência com humanos imprevisível e perigosa.

“A capivara é um animal silvestre, que não foi domesticado. Ela pode transmitir zoonoses graves e, por ser de grande porte e ter dentes afiados, pode causar acidentes sérios”, alerta o biólogo.

A criação doméstica é ilegal e incompatível com as necessidades naturais do animal. Além disso, o risco de transmissão de doenças é alto, especialmente em ambientes urbanos, onde o contato com humanos é cada vez mais frequente.

Fofura à parte, mantenha distância

Com a expansão das cidades e a redução de áreas naturais, é cada vez mais comum encontrar capivaras em parques, margens de rios urbanos e até em vias públicas. Mas o aumento dessa presença não significa que esses animais estejam mais próximos do convívio humano, e sim que estão perdendo espaço em seu habitat.

“Quando as pessoas se deparam com capivaras, o ideal é manter distância. Esses animais podem interpretar a aproximação como ameaça, principalmente quando estão com filhotes”, orienta Klefasz.

O especialista também recomenda acionar os órgãos ambientais, Corpo de Bombeiros ou Polícia Ambiental caso o animal esteja em local de risco. O toque é claro: não tente alimentar, tocar ou se aproximar de capivaras, mesmo em ambientes urbanos.

O retorno da espécie ao Ceará

Embora hoje sejam vistas em áreas urbanas, as capivaras foram extintas do Ceará no passado, devido a caça. Segundo o biólogo, a presença crescente do animal nas cidades também tem relação com o processo de recuperação da espécie no estado.

“A capivara já ocorreu no Ceará, mas foi extinta. Agora, com a recuperação populacional, elas estão se espalhando novamente, inclusive por áreas urbanas”, explica Klefasz. Esse mesmo fenômeno tem ocorrido com outras espécies que perderam espaço, como iguanas, raposas e primatas de pequeno porte.

Além de carismáticas, as capivaras têm uma importância vital para os ecossistemas. Como grandes herbívoros, controlam a proliferação de capim e plantas aquáticas em áreas alagadas. A ausência do animal, segundo Klefasz, pode causar desequilíbrio ecológico.

“Elas evitam que esses vegetais cresçam de forma descontrolada”, afirma. Outro papel essencial está na ciclagem de nutrientes: ao se alimentar, as capivaras transformam a matéria vegetal em fezes que enriquecem o solo e favorecem o crescimento de outras plantas. Assim, atuam como agentes naturais de fertilização.

A ONG Projeto CAPA, em São Paulo, cuida de mais de 120 capivaras e reforça que o melhor jeito de demonstrar amor por esses animais é respeitando seu espaço e suas necessidades. Enquanto a internet se diverte com os memes e vídeos do animal, o recado dos especialistas é direto: admire, fotografe de longe, mas não toque e jamais tente criar uma capivara em casa.

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