O Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, alcançou um feito inédito na medicina da Região Norte, ao realizar o primeiro transplante de medula óssea para tratar um tumor sólido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O paciente, Yan Tiago do Vale da Silva, enfrentava há três anos um câncer de células germinativas que não respondia às sessões de quimioterapia convencionais.
A novidade amplia o alcance do procedimento, até então concentrado em doenças hematológicas como leucemia, linfoma e mieloma. Com isso, pacientes diagnosticados com tumores sólidos passam a ter mais uma alternativa terapêutica dentro da rede pública.
Segundo o hematologista responsável, Dr. Thiago Xavier, a intervenção abre caminho para uma nova etapa na oncologia da região.
“A expansão da estrutura de transplante de medula óssea no Norte pode beneficiar inúmeros pacientes, incluindo aqueles com tumores do sangue e alguns casos de tumores sólidos, como este. É fundamental lembrar que o Ophir Loyola é o único centro habilitado a realizar esse tipo de procedimento pelo SUS na região. Esse avanço beneficiará não apenas o nosso hospital, mas todo o Estado e, eventualmente, outros Estados vizinhos”, explicou.
A história de Yan simboliza a importância do avanço. Após múltiplas cirurgias e 18 ciclos de quimioterapia, ele afirma que encontrou no transplante uma chance de recomeço e esperança.
“Quando descobri a doença, foi uma reviravolta enorme na minha vida e na da minha esposa. […] Nunca imaginei que seria o primeiro paciente a passar por esse transplante aqui no Norte. […] Eu já estava cansado depois de tantas sessões de quimioterapia, mas encontrei no transplante uma esperança. Minha mensagem é nunca desistir”, declarou.
Beatriz Monteiro, esposa de Yan, compartilhou a emoção da vitória conjunta: “Meu sentimento hoje é de profunda gratidão a Deus, à equipe do hospital Ophir Loyola e também ao SUS. Sabemos das dificuldades do sistema, mas sem essa oportunidade nada disso seria possível. Ver meu marido de pé, com uma nova chance de vida, é uma bênção que nunca vamos esquecer”.
O caso também representa um avanço científico: em determinados subtipos de tumores, o transplante de medula óssea é a única forma de aumentar a sobrevida dos pacientes.
“Alguns subtipos desses tumores só apresentam melhora da sobrevida com o transplante de medula óssea. Em certos casos, pode até ser necessário mais de um transplante. Nossa equipe está preparada para avaliar cada situação individualmente, em conjunto com os oncologistas de origem, sempre em busca do melhor resultado para o paciente”, destacou Dr. Thiago.
Com informações da Agência Pará.