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‘Odeio meu oponente e não quero o melhor pra ele’, revelou Trump em memorial de Charlie Kirk

Segundo Trump, Kirk tinha uma postura apaziguadora e buscava dialogar com seus críticos; ele elogiou essa conduta, mas disse que discordava dela
Por José Gabriel Herculino
Atualizado há 3 dias
Tempo de leitura: 5 mins
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Segundo Trump, Kirk tinha uma postura apaziguadora e buscava dialogar com seus críticos; ele elogiou essa conduta, mas disse que discordava dela. Foto: Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que “odeia seus adversários e não quer o melhor para eles”, ante o que pregava o ativista de direita Charlie Kirk. A declaração foi feita durante o velório de Kirk, neste domingo (21), no memorial do ativista no State Farm Stadium, em Glendale (Arizona). Milhares de pessoas compareceram ao evento.  

Segundo Trump, Kirk tinha uma postura apaziguadora e buscava dialogar com seus críticos. Ele elogiou essa conduta, mas disse que discordava dela. “Ele [Kirk] não odiava seus oponentes. Ele queria o melhor para eles. É aí que eu discordava de Charlie”, disse o presidente norte-americano.

“Eu odeio meu oponente. E não quero o melhor para ele. Me desculpem. Sinto muito, Erika”, completou, dirigindo-se à viúva do ativista, que estava no palco. Trump também descreveu Kirk como um “missionário com um espírito nobre”, interessado em persuadir a todos. 

Momentos antes, a viúva do ativista, Erika Kirk, disse que perdoa o assassino de seu marido, recebendo uma ovação da multidão presente no funeral do ativista. “Eu o perdoo. Eu o perdoo porque foi o que Cristo fez. A resposta para o ódio não é o ódio. Ele queria salvar jovens, assim como aquele que tirou a sua vida”, disse Erika, com a voz embargada. 

A declaração ressoou por todo o estádio, levando milhares de pessoas a se levantar e aplaudir a viúva de Kirk.

Público do velório

O velório de Charlie Kirk aconteceu neste domingo (21) no State Farm Stadium, em Glendale (Arizona), nos Estados Unidos. O local é a casa do Arizona Cardinals, equipe da NFL. O estádio tem capacidade para receber 63,4 mil pessoas, com possibilidade para se expandir e acomodar até 73 mil. Os organizadores orientaram o público a ir vestido com roupas nas cores azul, vermelha e branco, em referência à bandeira dos EUA. 

Segundo estimativas do Departamento de Polícia de Glendale, onde está localizado o estádio, a expectativa era de que 200 mil pessoas tentariam comparecer ao funeral, número bem acima da capacidade do State Farm Stadium. De acordo com o jornal New York Post, esse foi o público que se deslocou ao local. 

Os que ficaram de fora puderam acompanhar o evento da Desert Diamond Arena, que fica a 5 minutos de caminhada ー o ginásio comporta mais 19 mil pessoas. No canal de Charlie Kirk no YouTube, mais de 580 mil acompanhavam o funeral às 19h30 de domingo.

Morte de Charlie Kirk

O ativista Charlie Kirk foi assassinado em 10 de setembro, aos 31 anos, durante um evento na Universidade Utah Valley. Kirk foi atingido por um tiro no pescoço disparado por Tyler Robinson, 22 anos, que estava a 180 metros de distância. Seu corpo foi levado para o Arizona no dia seguinte, 11 de setembro, no Air Force Two, designação dada ao avião que transporta o vice-presidente dos EUA. 

O assassino de Kirk se entregou às autoridades com a intermediação de familiares e amigos. Segundo o FBI, Tyler escreveu uma mensagem de texto antes do ataque, indicando sua intenção de assassinar o ativista. 

Tyler Robinson foi indiciado em 16 de setembro por cinco crimes: homicídio qualificado; obstrução de justiça; disparo de arma de fogo com lesão grave; adulteração de testemunhas e prática violenta na presença de crianças. Os promotores do caso pedem pena de morte, que é legalizada no Estado de Utah.

Quem foi Charlie Kirk?

Charlie Kirk era fundador do grupo estudantil conservador “Turning Point USA” e teve papel crucial na mobilização do apoio de jovens a Trump nas campanhas presidenciais de 2016 e 2024. Ele era presença recorrente em universidades de todo o país e costumava atrair grandes multidões. 

O “Turning Point USA” é uma organização sem fins lucrativos (ONG) presente em mais de 3,5 mil escolas e universidades nos 50 estados americanos. 

Em seus discursos, ele se apresentava como defensor de valores cristaõs e do livre mercado, além de ser alinhado ao movimento America Great Again (MAGA) — ou “Faça a América Grande Outra Vez”. Kirk também era defensor de armas, duvidava do aquecimento global e era crítico da esquerda.

Em 2016, o Turning Point apoiou a candidatura de Donald Trump ao governo americano. Na época, Kirk passou a atuar como assessor pessoal de Donald Trump Jr., filho do presidente, integrando assim o círculo próximo da família Trump.

Após a vitória de Trump nas eleições de 2016, Kirk se tornou ainda mais presente na Casa Branca e ganhou destaque na mídia, envolvendo-se também em algumas polêmicas. Durante a pandemia, seu perfil no antigo Twitter foi suspenso por divulgar informações falsas sobre a Covid-19.

Já em 2023, conforme a revista Newsweek, Kirk afirmou que valia a pena “arcar com o custo” de “algumas mortes” para manter o direito ao porte de armas de fogo nos EUA. A declaração foi feita uma semana depois de um tiroteio em uma escola deixar seis mortos, incluindo crianças. 

Enquanto isso, em universidades e escolas, ele influenciava pais e estudantes a denunciarem professores que, segundo ele, promoviam o “marxismo” e a “ideologia de gênero”.

A presença de Kirk na Universidade de Utah, inclusive, dividiu opiniões. Uma petição online reuniu quase mil assinaturas para que ele não fosse à instituição. Contudo, a universidade manteve o evento, citando a Primeira Emenda e seu “compromisso com a liberdade de expressão, a investigação intelectual e o diálogo construtivo”.

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