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Israel anuncia início do cessar-fogo em Gaza, e Hamas tem 72 horas para liberar reféns

Após o anúncio do início do cessar-fogo, milhares de palestinos deslocados pelo conflito começaram a caminhar em direção às suas casas
Por UrbNews
Atualizado há 8 horas
Tempo de leitura: 5 mins
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O recuo das tropas israelenses abre a contagem do prazo para a libertação dos reféns israelenses em até 72 horas. Foto: Flickr/Prime Minister of Israel

O Exército de Israel anunciou nesta sexta-feira (10) que o cessar-fogo em Gaza entrou em vigor ao meio-dia do horário local (6h em Brasília), um dia após o governo ter aprovado o acordo assinado com o grupo terrorista Hamas.

“As tropas começaram a se posicionar ao longo das linhas de retirada, em preparação para o acordo de cessar-fogo e para o retorno dos reféns”, informaram as Forças Armadas em um comunicado, acrescentando que as tropas do Comando Sul “continuarão eliminando toda ameaça imediata” e que algumas áreas continuam sendo “extremamente perigosas”.

O recuo das tropas israelenses abre a contagem do prazo para a libertação dos reféns israelenses em até 72 horas, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos detidos em Israel.

Após o anúncio do início do cessar-fogo, milhares de palestinos deslocados pelo conflito começaram a caminhar em direção às suas casas. Uma fila enorme de pessoas avançava rumo à Cidade de Gaza, a capital e maior área urbana do território, que vinha sendo bombardeada por Tel Aviv. Segundo a Defesa Civil local, controlada pelo Hamas, cerca de 200 mil pessoas já retornaram ao norte do território.

“Graças a Deus minha casa ainda está de pé”, disse Ismail Zayda, 40, no bairro de Sheikh Radwan. “Mas o lugar está destruído, as casas dos meus vizinhos foram destruídas, bairros inteiros se foram.”

“Assim que ouvimos a notícia da trégua e do cessar-fogo, ficamos muito felizes e nos preparamos para voltar à Cidade de Gaza, mas nossas foram destruídas”, disse Mahdi Saqla, 40. “Mas estamos felizes apenas por voltar ao lugar onde nossas casas estavam, mesmo sobre os escombros.”

Porta-voz do Exército, o general Effie Defrin pediu aos palestinos que evitem entrar nas áreas que seguem sob controle militar israelense. “Faço um apelo daqui aos residentes de Gaza. Cumpram o acordo e garantam sua segurança”, disse.

Defrin também afirmou que o Hamas não é mais o grupo “de dois anos atrás” e que foi “derrotado em todos os lugares” onde houve embates com as forças de Tel Aviv. A primeira fase do plano proposto pelos EUA e acordado com Israel e Hamas prevê que as forças israelenses se retirem de algumas das principais áreas urbanas de Gaza, embora ainda controlem mais da metade do território.

O premiê Binyamin Netanyahu afirmou que as forças permanecerão em Gaza para exercer pressão sobre o Hamas até que o grupo se desarme. Também declarou que todos os reféns retornarão nos próximos dias, além de indicar que 20 sequestrados continuam vivos em Gaza e os outros 28 morreram.

Ainda nesta sexta, o governo israelense divulgou os nomes de 250 palestinos “presos por razões de segurança” que podem ser trocados pelos reféns. A lista publicada no site do Ministério da Justiça não inclui nenhuma das figuras emblemáticas da luta contra Tel Aviv.

Uma vez implementado o acordo, caminhões carregados de alimentos e ajuda médica entrarão em Gaza para ajudar civis. Uma autoridade das Nações Unidas confirmou que a organização recebeu sinal verde do governo israelense para começar a distribuição em larga escala de ajuda humanitária no domingo (12). Além disso, o Unicef pediu que todas as passagens sejam abertas para a entrada de alimentos.

“A situação é crítica. Corremos o risco de ver um aumento enorme na mortalidade infantil, não apenas neonatal, mas também de bebês, já que seus sistemas imunológicos estão mais comprometidos do que nunca”, disse o porta-voz Ricardo Pires, ao relembrar que as crianças no território estão especialmente vulneráveis porque ficaram sem alimentação adequada por longos períodos.

O principal negociador do Hamas, Khalil Al-Hayya, disse que recebeu garantias dos Estados Unidos e de outros mediadores de que a guerra havia acabado. O acordo, se totalmente implementado, aproximaria os dois lados mais do que qualquer esforço anterior para encerrar a guerra.

Ainda há, porém, muitos riscos. Etapas adicionais do plano de Trump ainda precisam ser acordadas, incluindo como a devastada Faixa de Gaza será administrada e o destino final do Hamas, que até agora rejeitou as exigências de Israel de desarmamento do grupo.

O Ministério do Interior de Gaza, administrado pelo Hamas, disse nesta sexta que implantaria forças de segurança nas áreas de onde o Exército israelense se retirou. Não estava imediatamente claro se os combatentes retornariam às ruas em número significativo, como fizeram durante outros períodos de cessar-fogo anteriores, ação que certamente seria vista por Israel como uma provocação.

Trump disse que viajará à região no fim de semana, possivelmente para participar de uma cerimônia de assinatura do acordo no Egito. Ele também foi convidado para discursar no Knesset, o Parlamento de Israel.

Da Folhapress

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