A deputada Luizianne Lins (PT-CE) relatou situações de humilhação e precariedade durante os seis dias que passou detida em Israel com outros brasileiros da Flotilha da Liberdade. A declaração foi feita em coletiva realizada no Aeroporto de Fortaleza, no Ceará, na tarde deste sábado (11). “Foram dias muito difíceis”, disse.
“A hora que a gente chegou no porto, todos nós ficamos por mais de uma hora de quatro pés, como diz aqui no Brasil, com a cabeça no chão. Eu estou com o joelho ferido até hoje. Com o cotovelo no chão, segurando o passaporte na frente e com a cabeça no chão. Por mais de uma hora, foi uma imagem que o ministro da Segurança Nacional de Israel fez questão de mostrar para toda a população israelense”, revelou a cearense.
Segundo Luizianne, eles também passaram 15 horas sob o comando das forças militares israelenses durante a interceptação das embarcações da Flotilha no último dia 1º de outubro.
“O exército de Israel interceptou os barcos. Depois de várias tentativas, nós levamos vários guichos de água, de água fedida, suja, em cima de todos nós. Cada vez mais se intensificava os guichos de água, até eles conseguirem chegar próximo ao barco e tomaram conta do barco. Nós passamos 15 horas sob o comando deles no barco. Nós fomos todos lá para baixo, eles colocaram toda a gente lá para baixo. Era um barco pequeno, era um veleiro”, disse a deputada.
A parlamentar e outros 12 brasileiros integrantes da Flotilha Global Sumud chegaram ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na última quinta-feira (9), após ficarem detidos por seis dias pelas forças militares de Israel, na prisão de Ketziot, o maior centro de detenção do país, localizada no sul de Israel.
Os ativistas foram deportados para Jordânia e recebidos pela embaixada brasileira no país após dias sob domínio Israelense. Durante esse período, Thiago de Ávila, um dos brasileiros detido, alegou que os participantes da Flotilha foram privados de medicamentos e sujeitos a interrogatórios coercitivos no país.