Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, esteve na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) na tarde desta terça-feira (28), onde recebeu o Título de Cidadão Cearense em sessão solene realizada no Plenário 13 de Maio.
Na oportunidade, o ministro atendeu à imprensa e foi questionado sobre a operação policial que ocorreu no Rio de Janeiro nesta manhã, e que se tornou a mais letal da história do Estado.
“Foi uma operação bastante cruenta, segundo notícias têm mais de 80 mortos, lamentavelmente morreram agentes de segurança pública e, pior ainda, pessoas comuns, pessoas inocentes, é de se lamentar isso”, disse o ministro.
No que tange à organização da operação orquestrada, Lewandowski apontou que não irá julgar os meios pelos quais Claudio Castro, governador do Rio de Janeiro, se utilizou. “Eu queria enfatizar que o combate à criminalidade, seja ela comum, seja ela organizada, se faz com planejamento, com inteligência, com coordenação das forças. Enfim, não posso julgar pois não estou sentado na cadeira do governador. Mas quero apresentar minha solidariedade às famílias dos policiais mortos e minha solidariedade às famílias dos inocentes que pereceram nesta operação”, salientou o ministro.
Em relação ao apoio do governo federal à operação em questão, Lewandowski comentou também não haver sido solicitado. “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, enquanto Ministro da Justiça e da Segurança Pública, para esta operação. Nem ontem, nem hoje, absolutamente nada”, afirmou.
Quanto aos projetos de combate ao crime organizado em tramitação, que foram elaborados pela pasta do Ministro Lewandowski, o ministro colocou em destaque o projeto de lei anti-facção, recentemente enviado ao Congresso Nacional. “É um projeto de lei bastante completo, que vai alterar o código penal, o código de processo penal, a lei que trata das organizações criminosas, os crimes hediondos, a prisão temporária, da lei de execução penal, é um pacote que vamos oferecer ao Congresso Nacional para combater as facções de forma bastante ampla, principalmente se tratando de descapitalizá-las”, assegurou.
Fora de competência
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, cobrou maior envolvimento do governo federal no combate ao crime organizado, e disse estar lutando “sozinho nesta guerra” após a desastrosa ação policial intitulada Operação Contenção. A ação foi realizada nos complexos do Alemão e da Penha, e deixou mais de 60 mortos, entre os quais estão civis e agentes de segurança pública.
“Esta é uma guerra que está passando os limites que o estado [do Rio de Janeiro] deveria estar defendendo sozinho. Para uma guerra desta, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio muito maior. Neste momento, talvez até de Forças Armadas”, propôs Castro.
Ao apresentar o balanço preliminar da operação aos jornalista, Cláudio reconheceu que excedeu os “limites e as competências” do governo estadual. “Eu até entendo que estamos excedendo as nossas competências, mas continuaremos as excedendo”, declarou o governador.
Até o momento, há ao menos 64 pessoas mortas – incluindo quatro policiais –, mais de 80 presos e 75 fuzis apreendidos, além de pistolas e granadas.




