O futebol feminino ainda é uma modalidade predominantemente amadora no Brasil. Esta é uma das conclusões às quais se pode chegar a partir do Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil, do Ministério do Esporte.
O estudo, divulgado neste domingo (20) pela Agência Brasil, faz parte da elaboração da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, programa federal criado por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de março.
Esse diagnóstico pode ser considerado a primeira etapa do programa. Segundo a sondagem, apenas 19,2% das atletas possuem vínculo profissional, enquanto 4,9% possuem contrato de trabalho temporário e 1,2% têm contrato de formação.
Outros fatores que indicam a necessidade de se buscar ampliar a profissionalização da modalidade no território brasileiro são, primeiro, o alto percentual de jogadoras que não recebem qualquer valor a título de salário ou ajuda de custo.
A análise indica que 47,9% das atletas da categoria adulta estão nesta situação. Em segundo lugar, chama atenção o fato de que cerca de 70% das profissionais que atuam no futebol feminino fazem dupla jornada, se dedicando também a outras atividades para complementarem seus vencimentos.
“O Governo Federal prioriza o desenvolvimento amplo do futebol feminino no Brasil. Para isso, é preciso estabelecer um retrato real da condição e tamanho da modalidade no nosso país”, declarou a ministra do Esporte, Ana Moser, sobre o Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil.
“O diagnóstico realizado pelo Ministério do Esporte mostra resultados importantes para orientar as políticas públicas, estratégias e ações necessárias a serem implementadas nos próximos anos. Demonstra também os principais gargalos e demandas regionais prioritárias”, completa a titular da pasta.
Programa do Ministério do Esporte
A Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, sob responsabilidade do Ministério do Esporte, prevê medidas de promoção do desenvolvimento do futebol profissional e amador no país, ampliação dos investimentos e formação técnica para meninas e mulheres no mercado da bola.
Entre as ações, o programa pretende fomentar a participação das mulheres em posições de gestão, na arbitragem e na direção técnica de equipes, além da instalação de centros de treinamento específico para as mulheres, com metodologias próprias e diretrizes pedagógicas adaptadas às necessidades femininas.
Copa do Mundo
O diagnóstico foi divulgado no mesmo dia em que a Espanha ganhou da Inglaterra na final da Copa do Mundo de futebol feminino, disputada entre duas seleções europeias cujo sucesso na competição pode ser atribuído, entre outros fatores, ao grande desenvolvimento que seus campeonatos nacionais têm vivido nos últimos anos.
O desenvolvimento do futebol feminino também é uma bandeira da CBF. “Receber a Copa do Mundo faz parte do nosso projeto de desenvolver cada vez mais o futebol feminino pelo país”, declarou o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, na oportunidade na qual oficializou junto à Federação Internacional de Futebol (FIFA) a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo de futebol feminino de 2027.
Com informações da Agência Brasil.