O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira (5), que os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) sejam sigilosos. O mandatário justifica que seria uma forma de atenuar a “animosidade” contra as instituições.
A declaração foi dada durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo Canal Gov. “Esse país precisa aprender a respeitar as instituições. Não cabe ao presidente da República gostar ou não de uma decisão da Suprema Corte. A Suprema Corte decide, a gente cumpre. É assim que é”, afirmou.
“Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber, foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, emendou.
O presidente defendeu que seria uma forma de “não criar animosidade” contra as instituições. “Eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito de a gente mudar o que está acontecendo no Brasil. Porque do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, sabe, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”, prosseguiu.
A fala se dá em meio ao cenário onde o ministro recém-indicado por Lula, Cristiano Zanin, recebe críticas de alas da esquerda por votos considerados conservadores em relação a temas como a descriminalização do porte da maconha e a penalização da LGBTQIA+fobia.
“Militares se apoderaram do 7 de setembro”
Na live presidencial, Lula também comentou acerca do 7 de setembro, feriado nesta quinta-feira em todo o Brasil. Segundo ele, embora os militares tenham se apoderado da data comemorativa, a deste ano será uma celebração de toda a sociedade brasileira.
“Todo país do mundo tem a festa da independência uma grande festa, o que aconteceu no Brasil é como nós tivemos durante 23 anos um regime autoritário, a verdade é que os militares se apoderaram do 7 de setembro. Deixou de ser uma coisa da sociedade como um todo. O que nós estamos querendo fazer agora com a participação do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é voltar a fazer um 7 de setembro de todos”, declarou.
“Ou seja, o 7 de setembro é do militar, é do professor, é do médico, é do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro-quente. É de todo mundo. É uma festa importante que lembra que o Brasil conquistou soberania diante do país colonizador”, finalizou.